Polícia

Diretor do Sindirodoviários justifica greve e relata últimos casos de agressão

De acordo com o diretor do Sindicato, Silvio Carlos, somente nos últimos dias foram três casos de violência contra motoristas de ônibus na Grande Vitória

O diretor do Sindirodoviários justificou a paralisação Foto: TV Vitória

A paralisação dos rodoviários na manhã desta terça-feira (30) pegou a população da Grande Vitória de surpresa. Mas a greve teve um motivo: falta de segurança para motoristas, cobradores e passageiros do transporte coletivo.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), Silvio Carlos, somente nos últimos dias, foram três casos de violência contra motoristas. “O sistema hoje não conta com a segurança devida. Hoje os motoristas e os cobradores estão sendo agredidos dentro dos ônibus. Na semana passada, um colega nosso foi baleado na cabeça e outro quase foi queimado. Na última segunda-feira, um motorista apanhou na cara. Não agüentamos mais, queremos mais segurança no sistema”, afirma.

Ainda segundo Silvio Carlos, a paralisação, que ainda não tem previsão para acabar, não foi avisada previamente para que provocasse um efeito maior. “Ainda não temos a previsão de quando os ônibus voltarão a circular. A paralisação não acaba enquanto não sentarmos para conversar com o governador. Os passageiros que nos desculpem, mas tem colega nosso apanhando dentro dos ônibus, levando tiro na cabeça. Nós não podemos mais esperar a boa vontade do Governo, nós temos que agir e queremos mais segurança”, disse.

A paralisação atinge ônibus do sistema Transcol e de linhas municipais da viação Grande Vitória, que atende os bairros da Capital capixaba, e Sanremo e Praia Sol, que atende bairros de Vila Velha.

Sesp garante reforço na segurança

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) garantiu, na manhã desta terça-feira (30), que a segurança para motoristas, cobradores e passageiros dos ônibus na Grande Vitória já foi reforçada.

De acordo com o subsecretário de segurança pública, Guilherme Pacífico, uma reunião com o Sindirodoviários já foi agendada para esta terça-feira (30). “Eu falei com o presidente em exercício do Sindicato dos Rodoviários e coloquei a segurança pública à disposição para o diálogo, para que juntos possamos reforçar a segurança e atender as demandas da categoria. Desde às seis horas da manhã, o comandante geral da PM, Coronel Edimilson está conosco, estamos fazendo o contato com a categoria. Buscamos um diálogo para que a gente possa dar uma melhor solução ao problema, proteção aos usuários e profissionais que trabalham no transporte coletivo. É importante destacar que, recentemente, com aqueles ataques de organizações criminosas que colocaram fogo em ônibus, teve uma ação enérgica e imediata da segurança pública. Criminosos ligados a essas organizações foram presos”, disse.

Ainda de acordo com o subsecretário, a população deve tomar cuidado com assaltos na manhã desta terça-feira (30), já que os pontos estão lotados por conta da paralisação dos ônibus. "A população fora dos terminais, nos pontos, que está se deslocando a pé, acaba facilitando a ação de criminosos. Pedimos que liguem para o Disque-Denúncia 181, que façam o registro de ocorrência, que entre em contato com a polícia. A polícia está toda madrugada na rua, diariamente nas áreas da região metropolitana. A nossa maior prioridade é a redução da violência", disse.

Atentado a motorista

Um motorista do Transcol foi baleado enquanto trabalhava, no Terminal de Campo Grande, em Cariacica, na noite do último sábado (27). A vítima, que não teve o nome divulgado, foi atingida na barriga pelo disparo. O motorista foi socorrido e encaminhado a um hospital. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Carlos Roberto Louzada, o atentado revoltou a categoria. “Todos estão revoltados. Muitos trabalham de madrugada e não tem segurança. Não vemos a ação da polícia. Se mais alguma coisa acontecer hoje nós vamos recolher os ônibus como fizemos ontem após o crime”, afirmou.

Outro caso que também revoltou a categoria, segundo o presidente do sindicato, aconteceu na última sexta-feira (26). Após uma série de protestos que aconteceu durante a semana no bairro Vila Nova de Colares, na Serra, um ônibus quase foi incendiado no início da noite. 

Segundo testemunhas, quatro homens entraram dentro do ônibus, quebraram o vidro e jogaram gasolina no motorista e no cobrador. As testemunhas ainda contaram que eles queriam colocar fogo tanto nos dois homem que trabalhavam no coletivo, como no veículo. “Os motoristas e trocadores trabalham com medo. Com esses casos é difícil trabalhar”, apontou Louzada.

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