Polícia

Inveja e prova de amor motivaram morte de dançarina; Delegado esperava pena maior para acusados

Para o delegado responsável pelo inquérito, Adroaldo Lopes, o crime foi qualificado por motivo fútil e dissimulação; No Tribunal, os acusados confessaram o crime

Alini Gama foi morta por "inveja" da colega de profissão Foto: TV Vitória

Após quase doze horas de julgamento, o casal suspeito de matar a dançarina Alini Gama, em setembro de 2012, foi condenado a 18 anos de prisão. Durante o júri popular, Deivid Correa e Adayane Matias confessaram o crime e ainda disseram como tudo foi planejado.

O julgamento, que começou no início da tarde de segunda-feira (22), terminou por volta de 1h desta terça-feira (23). No Tribunal, Deivid admitiu que matou Alini como prova de amor à Adayane, namorada dele na época em que o crime foi cometido. A dançarina também confessou que, motivada por inveja, planejou o assassinato da colega junto com o parceiro de dança Juliemerson Bastos.

Para o delegado responsável pelo inquérito, Adroaldo Lopes, o crime foi qualificado por motivo fútil e dissimulação. Ele diz que esperava uma pena maior para o casal. “Todos nós, que trabalhamos nesse crime, esperávamos realmente que eles fossem condenados. A gente sempre quer uma pena maior. Se pessoa que comete o homicídio soubesse que ela não mata só a pessoa física, que leva o tiro, que ela mata toda uma família, ela poderia pensar duas vezes antes de cometer o crime”, afirmou.

Após a condenação de Deivid e Adayane, familiares da vítima disseram estar aliviados. O terceiro envolvido no crime, Juliemerson Bastos, será julgado separadamente, graças a um recurso do advogado. Para o delegado Adroaldo Lopes, o dançarino deve receber uma sentença semelhante ao casal. “Eu acredito que, pelas circunstâncias do que foi apurado, ele seja condenado com o mesmo número de anos que o casal”, disse.

Entenda o caso

A motivação do crime teria sido a escolha de Aline para ser a dançarina de uma banda de forró. Por causa da escolha, ela participaria da gravação de um DVD. A também dançarina Adayane Matias de Aguiar, que tinha interesse na participação, não aceitou a escolha por Alini, e junto com o ex-namorado, Deivid Correa de Souza, e o dançarino Juliemerson Bastos, teria armado uma emboscada para a jovem. 

A vítima foi morta em Campo Grande, Cariacica. No dia do crime, ela recebeu a ligação de um homem querendo contratá-la. Ao chegar ao local marcado, a vítima foi atingida por Deivid com dois tiros nas costas. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.

O julgamento de Juliemerson ainda não tem data para acontecer.

“Matar a Alini seria uma prova de amor”

Em depoimento dado à polícia no dia 27 de setembro de 2012, o dançarino Juliemerson Bastos afirmou que planejou toda a ação junto com a amiga Adayane, que é namorada do suposto autor do crime, o caminhoneiro Deivid Correia. 

“Nós planejamos o crime por torpedo, durante uma semana. Como não tivemos tempo de conversar muito sobre o assunto, todas as nossas tentativas de tirar a Alini do nosso caminho não deram certo. Foi então que a Adayane chegou a um consenso com o namorado dela de que matar a Alini seria uma prova de amor, e que ela ficaria feliz se ele fizesse isso”, confessou.

Na época do crime, a mãe da vítima conversou com a Rede Vitória  Foto: TV Vitória

Mãe pede justiça

Também no dia 27 de setembro de 2012, a mãe da dançarina Alini Gama conversou com a Rede Vitória sobre o crime que tirou a vida da jovem, em Cariacica. Apesar de triste, a mulher, que preferiu não ser identificada, disse que sente alívio ao ver que a justiça está sendo feita.

“O sonho dela era ser dançarina. Com beleza e talento, ela conseguiu chegar aonde chegou. Mas sem atropelar nem prejudicar ninguém. Ela sempre disse que queria terminar a casa que nós estávamos construindo e dar uma boa educação ao filho”, lamentou.

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