Polícia

"Morte não será em vão": policial militar assassinado é enterrado após cortejo e homenagens no ES

O caixão foi levado por um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do quartel da Polícia Militar e durou cerca de uma hora. Centenas de pessoas foram ao velório

O corpo do soldado foi cortejado por um caminhão do Corpo de Bombeiros, até o velório Foto: TV Vitória

Foi enterrado na manhã desta quarta-feira (26) o corpo do soldado Daniel Santos Viana, de 20 anos, morto depois de uma tentativa de assalto na noite da última segunda-feira (24).

O caixão foi levado por um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do quartel da Polícia Militar, no bairro Maruípe, em Vitória, e durou cerca de uma hora. A chegada, no bairro Ponta da Fruta, em Vila Velha, foi por volta das 10 horas.

Centenas de pessoas compareceram ao cemitério na manhã desta quarta-feira (26), para dar o último adeus ao soldado. A despedida foi marcada por lágrimas de familiares e amigos de Daniel.

O velório reuniu centenas de amigos e familiares que foram prestar as últimas homenagens Foto: TV Vitória

O soldado tinha se formado há três meses e há uma semana, atuava no 6º Batalhão, no município de Serra. Mesmo com o pouco tempo de convivência, o comandante do 6º Batalhão da Polícia militar, tenente coronel Barreto, afirma que a dor pela perda do soldado é compartilhada por todos os colegas. “Quando um policial morre, na circunstância que o nosso policial Daniel morreu, saindo do serviço, a alma da corporação é atingida”, diz.

Daniel Santos Viana, de 20 anos, foi vítima de uma tentativa de assalto na noite da última segunda-feira (24). O soldado tinha acabado de sair do serviço e seguia para um ponto de ônibus próximo ao 6º Batalhão da Polícia Militar, na Serra, quando foi abordado por uma dupla que tentou roubar a mochila, onde estavam a arma e a farda do PM. O soldado foi atingido por um tiro. Daniel chegou a passar por uma cirurgia no Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra, mas não resistiu.

Comandante: “Morte do soldado Daniel não será em vão”

Comandante do batalhão em que o soldado estava lotado há uma semana lamentou a morte Foto: TV Vitória

No velório, o comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Barreto, lamentou a morte do policial. “Nós não somos feitos apenas de um homem, mas de um conjunto de homens e mulheres que traçam a nossa história, formado por heróis anônimos, pessoas que são filhas, são filhos, são pais, são mães, e que vivem as mesmas agruras que toda a sociedade vive que é essa situação que assola o país, que é violência urbana”, afirma.

O comandante lembrou, também, da morte de outros soldados. “A morte do soldado Daniel, a morte do soldado Feu, e a morte de tantos outros heróis, não serão em vão, a Polícia Militar não se curva à marginalidade. Se nós temos um sistema hoje que não favorece, dificulta o trabalho e permite que criminosos não sofram as sanções da lei, nós temos policiais que agem, que lutam pela honra”, desabafou.

Suspeitos presos

Os suspeitos, da esquerda para direita: Maycon Vieira dos Santos e Deiverson Charles Nascimento Fotos: TV Vitória

Dois suspeitos de terem participado do assassinato do policial Daniel Santos Viana, de 20 anos, foram detidos entre a noite da última terça-feira (25) e manhã desta quarta-feira (26). Os policiais do Grupo de Apoio Operacional (GAO) realizaram uma operação em Carapina Grande, na Serra, após receberem denúncias.

Deiverson Charles Nascimento dos Santos, de 22 anos, foi detido em um terreno da Serra, por volta das 22 horas, da última terça-feira (25). Deyverson estava na casa de um vizinho e tentou fugir quando percebeu a presença da polícia. O homem teria pulado vários muros. No entanto, acabou preso no terreno de uma empresa.

Após ser capturado, o suspeito admitiu o crime e disse que não agiu sozinho. A mãe do acusado também foi conduzida à delegacia já que teria escondido a arma usada no crime, um revólver calibre 38, em meio a entulhos.

O outro suspeito foi detido na manhã desta quarta-feira (26). Maycon Vieira dos Santos, de 20 anos, deve ser encaminhado para a Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, onde prestará depoimento. De acordo com os policiais, nada foi apreendido com o acusado.

O assalto

O soldado foi vítima de uma tentativa de assalto e atingido por um tiro Foto: Reprodução/Facebook

Daniel Santos Viana era filho de um sargento da Polícia Militar. O soldado saía do 6° Batalhão da Polícia Militar, em Carapina, quando foi rendido por bandidos. A farda, a arma e os pertences do jovem estavam dentro de uma mochila.

Segundo a polícia, ao ser abordado pelo criminoso, Daniel reagiu e se apresentou como policial. A vítima foi atingida por único disparo, mas de acordo com o pai, Daniel teria perdido muito sangue.

Um taxista que trabalha próximo ao local onde o crime aconteceu, contou a polícia que ouviu quatro disparos e, em seguida, viu um homem correndo em direção ao bairro Carapina Grande, mesmo município.

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