Polícia

Família diz que brasileira está entre reféns de terrorista na Austrália

Um homem armado mantém um número ainda desconhecido de pessoas como reféns dentro de uma loja de chocolates em Sydney, na Austrália, nesta segunda-feira

Márcia teria mandado mensagem aos familiares Foto: Reprodução

Uma brasileira, natural do estado de Goiás, está entre os reféns em um café no centro comercial de Sidney, a maior cidade da Austrália. As informações são da família da jovem.

"Ela mandou uma mensagem para minha irmã dizendo que estava entre os reféns", disse à Globonews um dos irmãos da brasileira, Marcia Mikhail, que vive na Austrália.

Pouco tempo após a revelação de que Marcia Mikhail era uma das reféns em Sydney, amigos fizeram uma comunidade no Facebook pedindo orações.

O Itamaraty, no entanto, não confirma a informação da família.

A Empresa onde Márcia trabalha em Sydney, o banco de investimentosWestpac, evitou confirmar a presença da brasileira entre os reféns pororientação da polícia. "Não podemos comentar nada", informou a empresa ao Estado por meio de sua assessoria de imprensa.

O caso

Um homem armado mantém um número ainda desconhecido de pessoas como reféns dentro de uma loja de chocolates em Sydney, na Austrália, nesta segunda-feira. No interior do estabelecimento, duas pessoas foram avistadas segurando uma bandeira contendo uma declaração de fé islâmica.

Quatro horas após o início do incidente, o Comissário da Polícia do Estado de New South Wales, Andrew Scipione, informou que a polícia ainda não havia feito contato direito com o homem armado, não sabia a sua motivação e nem podia confirmar quantas pessoas estavam sendo mantidas como reféns na loja.
"Ainda não confirmamos se esse é um evento relacionado com terrorismo, estamos lidando de acordo com o procedimento para uma situação de sequestro com um homem armado", disse Scipione. As vítimas teriam sido sequestradas nesta manhã, quando pararam para tomar café da manhã na loja de chocolates.

Imagens de televisão feitas através da janela da loja mostraram diversas pessoas com os braços para cima e as mãos pressionadas contra o vidro e duas pessoas segurando o que parecia ser uma bandeira com inscrições islâmicas.

Zain Ali, diretor da Unidade de Pesquisa e Estudos Islâmicos da Universidade de Auckland, disse que era difícil ler a mensagem escrita na bandeira pois as imagens mostravam apenas parte dela. Mas o pesquisador acredita que se trata do Shahada, ou declaração de fé, em grande parte porque uma bandeira preta com inscrições em branco, em um contexto contemporâneo, muitas vezes contém esse tipo de mensagem.

Segundo Ali, o Shahada pode ser traduzido como "Não há outra divindade de adoração exceto Deus, e Maomé é o mensageiro de Deus". A declaração é considerada o primeiro pilar dos cinco pilares da fé islâmica e tem sido usada por grupos radicais como Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

O café onde ocorre a situação de sequestro está localizado na praça Martin, no coração do distrito financeiro e comercial da cidade, onde ficam o escritório do primeiro-ministro, o Banco da Reserva da Austrália e a sede dos dois maiores bancos do país. O Parlamento também está há poucas quadras do local. As ruas ao redor da área foram fechadas e as autoridades evacuaram os locais próximos ao café.

Um porta-voz da polícia informou que até agora ninguém foi ferido no incidente. Policiais fortemente armados estão alinhados na parte exterior da loja e um homem com uma mochila pode ser visto andando de um lado para o outro dentro do café.

"Ainda não sabemos se o incidente tem motivações políticas, embora, obviamente, existam algumas indicações de que pode se tratar de um sequestro com motivação política", disse o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, em coletiva da imprensa em Camberra, capital do país. Segundo o premiê, o Comitê de Segurança Nacional já havia se reunido para ser informado sobre a situação.

"A Austrália é uma sociedade pacífica e generosa e nada deve mudar isso. E é por isso que eu peço a todos os australianos que sigam suas vidas normalmente no dia de hoje", disse Abbott. Fonte: Associated Press.

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