Morador de rua é preso em Vitória pela décima vez e diz que sabe como sair da cadeia

Um morador de rua foi preso nesta sexta-feira (12), após entrar na casa de um empresário, em Jardim da Penha, Vitória, e furtar diversas ferramentas do local. Essa é a décima vez que Romerito Pereira Miguel, de 24 anos, é preso por furto na região.

Em depoimento, o acusado disse que nunca ficou preso por mais de 15 dias, pois sabe como fazer para não ficar muito tempo na cadeia. Somente neste ano, Romerito foi abordado 17 vezes pela Polícia Militar.

"Informalmente ele disse para a gente que sabe cometer crime sem ficar muito tempo na cadeia. Ele diz que não usa arma de fogo e nem age acompanhado de outra pessoa, o que faz com que fique preso de 15 a 20 dias, no máximo. De um lado está o direito de liberdade desse cidadão e, por outro, o direito ao patrimônio, sossego e segurança de toda uma comunidade. Não deve prevalecer o primeiro direito, sob pena de deixar toda uma sociedade refém", ressaltou o delegado Tarcísio Otoni, da Delegacia Patrimonial.

A residência invadida nesta sexta está em obras e, na hora da invasão, não havia ninguém em casa. No entanto, imagens de videomonitoramento mostram Romerito forçando o portão da garagem, entrando no local e furtando os materiais.

"Fui até o sistema de monitoramento e conseguimos identificar que foi o mesmo autor da outras tentativas de furto. Após as 19h30 dei uma volta por Jardim da Penha, para ver se o identificava na rua. E, para nossa surpresa, por volta das 20h30, o Romerito passou em frente à casa novamente, talvez para ver se estava tudo tranquilo e voltar em uma outra oportunidade. Mas foi identificado pelo pedreiro e por meu pai, que imediatamente gritaram 'pega, pega'. Nisso eu fui correndo atrás dele", contou o empresário, dono da residência.

O acusado alega que furtava as casas em Jardim da Penha para usar drogas. "De vez em quando eu cometia uns furtos, por abstinência de usar drogas. Uso crack há um ano e pouco. Na verdade eu não moro na rua. Eu fico na rua porque uso drogas e não vou para casa", alegou Romerito.

Segundo Tarcísio Otoni, muitas vitimas não procuram a polícia por acharem que a denúncia não vai dar em nada e porque, na maioria das vezes, os produtos furtados são de pouco valor. O delegado ressalta a importância da população registrar o boletim de ocorrência.

"Muitas vezes, apreendemos bens de terceiros, mas não conseguimos fazer a correlação entre o bem apreeendido e o dono desse bem. Por isso é importante a pessoa registrar a sua ocorrência, para que possamos entrar em contato com essa pessoa e também não deixar impune o autor desses fatos".