Polícia

Reitor decidirá destino de professor da Ufes acusado de racismo no próximos 15 dias

Após a declaração polêmica de que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro”, Manoel Luiz Malaguti foi afastado das funções

Reitor da Ufes vai tomar a decisão ainda este ano Foto: Divulgação

O processo que investiga a conduta do professor Manoel Luiz Malaguti, acusado de racismo, foi concluído e encaminhado ao reitor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Reinaldo Centoducatte, na tarde da última terça-feira (9). A partir desta data, ele tem 15 dias para decidir o destino do professor.

O conteúdo do processo não foi divulgado pela Comissão de Sindicância, que apurou as denúncias. Após tomar conhecimento do caso, o Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito (Ufes) decidiu afastar Malaguti de todas as atividades acadêmicas.

De acordo com a Ufes, as medidas aplicadas podem ser o arquivamento do processo ou aplicação de penalidade de advertência.

A polêmica

No último dia 3 de novembro, Manoel Luiz Malaguti, que é professor do Departamento de Economia da Ufes, foi acusado de fazer comentários de cunho racistas durante uma das suas aulas. 

De acordo com os relatos de alunos do curso de Ciências Sociais, o professor dirigiu-se aos universitários cotistas, dizendo que “detestaria ser atendido por um médico negro ou advogado negro” e que o nível intelectual da Ufes reduziu-se com a presença de negros cotistas. 

Além disso, segundo testemunhas, o professor declarou que tem dificuldades em adaptar sua linguagem culta para explicar os conteúdos a uma “turma incapaz”, onde há alunos cotistas.

Nas redes sociais, alunos, advogados e até outros funcionários da Universidade se mostraram contrários às declarações do docente. Porém, houve quem defendesse o professor. 

No dia 4 do mesmo mês, o desembargador Willian Silva ofereceu representação criminal ao Ministério Público Federal contra o professor. Já no dia 5, a reitoria da Ufes informou que o professor havia sido afastada da turma onde a confusão foi registrada, e que um procedimento administrativo foi instaurado. Estudantes também interditaram a avenida Fernando Ferrari em protesto contra o acusado.

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