Polícia

Adolescente vítima de estupro coletivo em Vila Velha pode ir para um abrigo

Mãe da jovem resolveu procurar o Conselho Tutelar para tentar garantir a segurança da filha. Segundo ela, a menina continua recebendo ameaças após procurar a polícia

A adolescente foi com a mãe até o Conselho Tutelar de Vila Velha nesta segunda-feira Foto: TV Vitória

A adolescente de 15 anos que foi vítima de um estupro coletivo, na última quinta-feira (01), resolveu aceitar a ajuda do Conselho Tutelar. Ela está com medo de continuar na casa onde mora, em Vila Velha, e pensa em ir para um abrigo.

A mãe da jovem foi quem procurou o Conselho Tutelar do município, para tentar garantir a segurança da filha, que ainda recebe ameaça por parte dos criminosos. 

"Tomei uma decisão hoje [segunda-feira], de falar com o Conselho Tutelar, que eu aceito colocar a minha filha em um abrigo. Tenho muito medo do que pode acontecer, até porque eu tenho outros filhos. Até sair para trabalhar é um sacrifício para mim", desabafou a mãe da adolescente, uma zeladora de 45 anos.

A menina estava acompanhada de uma amiga, de 13 anos, quando foi abordada no bairro Alecrim. As duas foram violentadas sexualmente por aproximadamente dez rapazes. 

Após o crime, as duas vítimas estiveram na delegacia para prestarem depoimento e foram encaminhadas ao Departamento Médico Legal (DML) para a a realização de exames, que confirmaram o estupro. Quando voltaram para casa foram recebidas a tiros por traficantes da região

Os criminosos teriam feito isso em represália ao fato de as jovens terem procurado a polícia e denunciado o crime. A adolescente conta que, desde então, não consegue mais levar uma vida normal. "Não posso sair mais, só posso ficar dentro de casa, deitada. Nem posso mais descer para a rua", lamenta. 

Parte dos acusados já foi presa pela polícia. Mas, ainda assim, a família teme que algo de pior ainda possa acontecer. "Mesmo estando presos, lá dentro eles podem mandar alguém vir na minha casa e eu receber a notícias que minha família está morta", frisou a mãe.

Mesmo com o trauma da violência, a família precisa manter a rotina: trabalhar, estudar e cumprir os compromissos inadiáveis. E quando esses compromissos são em outros bairros, o deslocamento precisa ser de ônibus. Segundo a zeladora, dentro do coletivo o trajeto percorrido pela família é feito com apreensão.

"Nunca aconteceu nada, mas vai saber. Eu peço a Deus para nos levar e trazer sãos e salvos e que não aconteça nada. Tenho medo de ter gente nos vigiando", disse.

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