Polícia

Assassinato de cliente de boate em Cariacica teria sido cometido por uma terceira pessoa

Nesta terça-feira, o dono da casa de shows, André Brandão Borchardt, foi preso acusado de ser o mandante do crime. Um segurança do estabelecimento já estava preso

Segundo o delegado João Paulo Pinto, uma terceira pessoa teria sido a executora do crime Foto: TV Vitória

Uma terceira pessoa teria participado do assassinato e da tentativa de homicídio de clientes de uma boate de Jardim América, Cariacica, no dia 3 de maio do ano passado. Eles foram baleados após se envolverem em uma briga no local.

Nesta terça-feira, o dono da boate, André Brandão Borchardt, de 34 anos, foi preso, acusado de ser o mandante do crime. Um segurança do estabelecimento, Wallas Damascena Valadares, já estava preso, acusado de ser o executor. 

No entanto, segundo o titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cariacicia, delegado João Paulo Pinto, o segurança, em depoimento disse que uma terceira pessoa teria sido a executora do homicídio.

"Inicialmente tínhamos a informação de que ele [Wallas] seria o executor. Porém, com o depoimento dele, surge uma nova pessoa, um novo executor. A gente já solicitou a prisão desse cidadão ao Poder Judiciário. A princípio, o André estava dirigindo o veículo, o Wallas em uma motocicleta, dando cobertura, e o executor no banco do carona do veículo", disse o delegado.

Após se envolveram na briga, Breno de Jesus Siqueira, de 16 anos, e Diego Alves, de 19, foram expulsos da boate pelo segurança da casa, Wallas Damascena. Segundo a polícia, eles foram para casa e pegaram uma moto e uma arma. Quando chegaram na frente da casa de shows, deram tiros para o alto.

Na fuga, o veículo onde os dois jovens estavam quebrou. A polícia contou que foi nesse momento que o empresário e o segurança do local decidiram persegui-los.

De acordo com João Paulo Pinto, as vítimas empurraram a motocicleta até um posto de combustíveis. O local fica a poucos metros da boate. Um carro passou e um dos ocupantes atirou várias vezes contras as vítimas.

Breno morreu na hora. Já Diego também foi baleado, mas sobreviveu. Segundo a polícia, o carro de onde saiu os disparos pertence a André.

"Não temos dúvida nenhuma. Ele já foi reconhecido por diversas testemunhas. Não temos dúvidas também da participação do Wallas no crime. A gente ainda apura que tipo de participação. 

Empresário nega o crime

André alega que não participou do crime Foto: TV Vitória

André foi detido no Centro de Vitória. Ele estava dentro de uma igreja quando foi abordado pelos policiais. O empresário negou envolvimento no crime.

"Prestei depoimento à autoridade competente e acredito que a justiça vai ser feita e tudo será esclarecido. Acredito que seja para minha sorte esse sobrevivente. Ele vai relatar o que presenciou", disse.

Em depoimento à polícia, André disse que saiu da boate para ir ao Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Cariacica registrar um boletim de ocorrência, mas o registro não foi feito.

"O André diz que, quando eles viram as vítimas caídas, resolveram abandonar a ideia de irem ao DPJ ou de aguardar a Polícia Militar no local e retornaram para a boate como se nada tivesse acontecido", disse o delegado.

Segundo a polícia, essa teria sido a primeira vez que André procuraria uma delegacia para registrar problemas ocorridos na boate. "A gente questionou se, em alguma vez que houve disparo de arma de fogo no baile funk da boate, ele foi ao DPJ registrar a ocorrência e ele negou. Não existe nenhuma ocorrência no nome dele na Polícia Civil em relação a qualquer fato que ocorreu no interior desse baile funk", ressaltou João Paulo Pinto.

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