Menina assassinada pelo pai adotivo teria deixado carta com declaração de amor em Vitória

Uma menina de 16 anos, que foi assassinada pelo pai adotivo dentro de casa, na manhã do último sábado (17), no Morro do Cruzamento, em Vitória, teria deixado uma carta com uma declaração de amor.

No trecho da carta escrita por Sabrina, ela promete honrar o homem que ela chama de marido. Na carta, ela diz que o relacionamento terá “amor, carinho, beijo e sexo”, tudo sem briga. A carta foi encontrada na gaveta do vigilante por uma das filhas. 

Sabrina foi adotada por José Carlos quando tinha 7 anos. Desde então, vivia com ele no Morro do Cruzamento. Segundo a família, ele sempre foi bom pai, mas tinha muito ciúme da filha, mas nunca disse que mantinha um relacionamento além de pai e filho com ela.

A polícia informou que José Carlos da Silva, de 57 anos, se matou após ter assassinado Sabrina de Souza da Silva, de 16 anos. O crime chocou os moradores do bairro. Os corpos foram encontrados dentro da casa por um familiar. 

Segundo informações da família, José sofria de depressão e passava por um momento difícil.

Na semana passada, o vigilante enviou mensagens de despedida para uma das filhas. A última vez que ele fez contato com a família foi na ultima quarta-feira (14). 

O crime

De acordo com a polícia, na noite da última quarta-feira (14), José enforcou e matou Sabrina, e no dia seguinte se matou. Tudo aconteceu na casa onde os dois moravam. Os corpos só foram descobertos na manhã de sábado (17). Quem chegou primeiro na residência foi a filha do vigilante.

Segundo informações passadas pela família, Sabrina havia iniciado um namoro, mas José teria descoberto. Eles acreditam que o suspeito tenha cometido o crime por ciúmes. O enterro aconteceu no final da manhã, do último domingo (19). Pai e filha foram sepultados lado a lado.

De acordo com a ex-mulher de José, Virginia Alves da Silva, uma mulher foi até a sepultura e cuspiu, uma das filhas achou que foi falta de respeito e quando tentou falar com a mulher, ela teria a agredido. "Uma menina foi na sepultura e cuspiu. Minha filha achou que foi falta de respeito e quando a minha foi falar com ela, a mulher partiu pra cima dela e a agrediu". 

Durante o enterro houve uma briga, que teria sido motivada por uma pessoa que queria cuspir na sepultura. Uma da filhas de José Carlos, que não gostou da atitude, ficou repleto de marcas. A família precisou de escolta policial para sair do cemitério e a situação foi parar na delegacia. As três filhas de José Carlos disseram que estão abaladas com a morte do pai. "A gente não pôde nem enterrar meu pai direito. Tinha um grupo de pessoas que chama a gente de assassina, como se pudéssemos evitar o que aconteceu, mas nós não sabíamos de nada".