Polícia

Seis pessoas são vítimas de bala perdida em apenas 15 dias na Grande Vitória

Nesta semana, um menino de 9 anos foi ferido em Vista da Serra II e um feirante foi atingido durante um tiroteio em uma feira livre, também na Serra

Marcas de sangue ficaram no local onde um feirante foi baleado, durante um tiroteio Foto: TV Vitória

A violência continua presente no dia-a-dia do capixaba. Em menos de 15 dias, seis pessoas foram vítimas de balas perdidas somente na Grande Vitória

Um desses casos aconteceu na última quarta-feira (14). Um menino de 9 anos foi ferido em Vista da Serra II, na Serra. Segundo a polícia, ele voltava da igreja com a mãe, quando ocupantes de um carro começaram a atirar.

Outro caso aconteceu em uma feira livre, também na Serra. Um feirante ficou ferido. Quem costuma fazer compras no local ficou amedrontado. "Agora a gente vai ficar preocupado em descer e fazer a feira, porque a gente não sabe o que vai acontecer", disse uma mulher, que não quis se identificar. 

No ano passado, a situação não foi diferente: de maio a dezembro, foram registrados mais de 20 casos. Segundo parentes das vítimas, situações como essas mudam completamente a vida da família.

Em maio do ano passado, o estudante Jefferson Santos Moraes foi uma vítima. Era um sábado a tarde, ele estava em casa com a família e foi à rua brincar com os amigos. Um deles o chamou para ir a um comércio que fica a poucas ruas da casa do menino. No local, ele foi feito de escudo por uma pessoa que seria vítima de disparos de arma de fogo.

"Um carro preto chegou e saíram duas pessoas dele. Alguém chegou atrás de mim e me fez de escudo. Aí o cara atirou em mim", contou.

Mãe mostra as marcas de tiros que ficaram no corpo de Jefferson Foto: TV Vitória

O tiro de pistola ponto 40 entrou no abdômen e saiu pelas costas. Ele passou por uma cirugia e ainda hoje tem dificuldades para andar.

"O tiro atingiu o fígado, o pâncreas, o baço e um rim. Tanto que ele perdeu o baço e esse rim. Mas graças a Deus ele está recuperando os movimentos aos poucos. Antes não mexia os pés e sequer sentia a sola do pé. Começou se arrastando, depois se equilibrando na parede e agora já consegue ficar de pé", comemorou a mãe do menino, a merendeira Enedina Santos Moreira.

A tragédia mudou a rotina de toda a família. A mãe precisou abandonar o trabalho para cuidar do filho. "É fisioterapia duas vezes por semana, nefrologista, ortopedista. São várias especialidades. Então não tem como eu trabalhar fora e ao mesmo tempo fazer todo esse procedimento com ele. Tenho que levar e buscar ele na escola na cadeira de rodas, acompanhá-lo no ônibus", contou.

Além da mudança na rotina do dia-a-dia, hoje ficar na rua é sinônimo de medo. "Ele não vai mais à rua. Eu saio com ele na rua um pouco, porque ele pede para sair, mas volto imediatamente. Todos vivem com medo hoje em dia", desabafou a mãe. 

Viana

Outro caso de bala perdida aconteceu em Viana. No feriado de 1º de maio, o pequeno Elias Martins Simplício, de 10 anos, pediu ao pai para ir a uma lanchonete no bairro Vila Betânia. De repente, um homem foi assassinado no meio da rua e uma bala atingiu o menino. 

O pai dele, o mecânico Jobes Freire, chegou a leva-lo para o hospital, mas a criança não resistiu. "Ele sempre dizia que queria ser policial. Mas infelizmente não foi possível", lamentou.

Já em Feu Rosa, na Serra, um homem foi assassinado no momento em que deixava a filha na escola. Foram efetuados vários disparos e três alunos ficaram feridos.

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