Polícia

Adolescente recrutado pelo tráfico troca tiros com a Polícia Militar na Serra

O garoto ainda não tinha passagens pela polícia e, segundo informações dos policiais da região, o nome dele passou a ser ouvido há poucas semanas

Menor que trocou tiros com a PM ainda não tinha passagem pela polícia Foto: Divulgação/PM

Um adolescente de 16 anos foi detido, na tarde desta quinta-feira (26), em Serra Dourada I, na Serra, depois de trocar tiros com a polícia. Com ele estavam um revólver calibre 38, drogas e dinheiro.

O garoto ainda não tinha passagens pela polícia e, segundo informações dos policiais da região, o nome dele passou a ser ouvido há poucas semanas. Já detido, ele afirmou que atuava como segurança da boca de fumo.

Duas amigas do rapaz foram à Delegacia Regional da Serra assim que souberam que ele havia sido detido. Elas disseram que o conhecem há cerca de três anos e que, desde o último domingo, abrigam o adolescente.

"Já tinha um tempo que ele tinha saído de casa. Domingo passado, eu estava indo para a praia com minhas colegas e encontramos ele no ponto de ônibus. Eu perguntei onde ele ia e ele disse que ia 'dar uma andada por ai'. Ele falou que estava morando sozinho e chamei ele para ir lá para casa", contou a estudante Gisele Ferreira, de 19 anos.

Segundo ela, o rapaz nunca teve problemas com a polícia, mas de repente, passou a cometer crimes. "Foi coisa de três dias. Ele apareceu do nada com dinheiro, inclusive deu R$ 50 para minha mãe. Rolaram boatos de que ele estava envolvido com negócios [do crime], inclusive o primo dele me ligou e eu falei que não sabia. Isso [entrar para o crime] foi da noite para o dia, porque até então ele não mexia com nada", disse.

O menino contou para elas que estava vivendo sozinho, em uma casa alugada, há poucas semanas. Segundo as amigas, até o ano passado, o adolescente estudava, trabalhava e vivia uma vida normal. Mas faltava alguma coisa na vida dele.

"A gente gosta dele. Ele nunca nos tratou mal. No olhar dele, a gente vê que é um menino triste. Nós temos que ajudar porque eu e minha irmã também já aprontamos muito e hoje em dia vemos a vida como ela é. A gente quer ajuda ele", disse a balconista Jéssica Ferreira, de 21 anos.

Segundo as amigas, o problema na vida do adolescente foi a falta de estrutura familiar. O menino vivia sob os cuidados de uma tia, que precisou viajar para resolver problemas de familia e deixou o garoto com o tio, com quem ele não se relacionava bem. A mãe dele teria problemas mentais e o pai nunca quis saber do menino.

"Ele ficou um tempo em casa e assim que ela [a tia] saiu, ele foi para a rua. Daí eu acho que ele entrou para o crime e alugou uma casa e as meninas encontram ele na rua no domingo", contou Jéssica. 

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