Polícia

É boato: Delegado descarta suposta gravidez de jovem assassinada no Espírito Santo

As especulações eram de que o policial não teria aceitado a suposta gravidez da jovem. Por conta disso, ele teria levado Ana Clara para um motel para fazer um aborto

As informações diziam que Ana Clara foi morta porque não queria abortar Foto: Reprodução/Instagram

Em meio a muitas especulações, principalmente nas redes sociais, a morte da universitária Ana Clara Felix Cabral, de 19 anos, segue envolta de mistério. O chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, José Lopes, negou a informação de que a jovem estivesse grávida.

"Está descartada essa hipótese. O DML [Departamento Médico Legal] já viu que ela não estava grávida. Nas redes sociais aconteceu de tudo. Isso até atrapalha a nossa investigação", destacou o delegado.

As especulações eram de que Itamar Rocha Lourenço, de 25 anos, não teria aceitado a suposta gravidez da jovem. Por conta disso, ele teria levado Ana Clara para um motel para fazer um aborto. Ainda segundo as informações, a estudante não teria aceitado e por isso foi morta. Mas a polícia descarta essa possibilidade.
 
O inquérito segue para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher. A polícia diz que a única certeza que tem ate agora é a de que o policial militar seja o autor do crime.

O relacionamento do casal era conturbado Foto: ​Reprodução Instagram

Depoimento

Traído pelas contradições durante o depoimento, o policial militar Itamar Rocha Lourenço, de 24 anos, é o principal suspeito de assassinar a namorada Ana Clara Cabral, de 19 anos. De acordo com o delegado José Lopes, a polícia não tem dúvidas de que ele é o autor do crime.

Segundo a polícia, o policial deu várias versões sobre o caso. Isso foi o que fez com que os investigadores desconfiassem dele. O motivo ainda é desconhecido. O inquérito segue para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher.

O crime

O corpo da jovem Ana Clara Cabral, de 19 anos, foi encontrado na noite da última quinta-feira (05), às margens da Rodovia do Contorno, em Cariacica. Ela estava desaparecida desde a madrugada de quinta-feira (05), após ter saído de um motel com o namorado, o soldado da Polícia Militar, Itamar Rocha Lourenço Junior.

Segundo informações confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), o policial teria indicado a localização do corpo da jovem. O militar foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento sobre o crime.

A perícia da Polícia Civil providenciou a remoção do corpo, que foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde será feito exame de DNA. No corpo da jovem, há marcas de pelo menos cinco tiros, sendo dois na cabeça.

Inicialmente, Itamar Junior havia dito que foi abordado por dois homens armados ao sair do motel. Segundo o policial, os supostos bandidos o renderam e roubaram o carro, levando a namorada, a arma e os pertences do policial. 

O carro do PM foi encontrado na manhã desta quinta-feira, no bairro Nova Rosa da Penha, em Cariacica, com marcas de tiros. De acordo com policiais, as marcas indicam que os disparos foram feitos de dentro para fora do veículo. No interior do carro também foram encontradas marcas de sangue. 

Corpo da jovem foi encontrado às margens da Rodovia do Contorno Foto: TV Vitória/ Alexandre Kapiche

PM tinha passagem pela justiça

O soldado já teve passagem pela polícia. Ele foi investigado por uso de carro clonado e receptação. O policial militar foi flagrado em março de 2011 dirigindo um carro com placas de Niterói, estado do Rio de Janeiro, que tinha restrição de roubo. 

O veículo foi localizado com Itamar Junior, em Jardim Camburi, em Vitória, depois de uma investigação da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Na época, o PM alegou que tinha comprado o carro de um conhecido da família sem saber que era roubado. A versão não convenceu o delegado Antônio Coutinho, já que Itamar era lotado no Batalhão de Trânsito e tinha meios de conferir se o veículo tinha restrição. O soldado chegou a ser autuado por receptação e encaminhado para o Quartel de Maruípe. Mas, ao que tudo indica, continuava trabalhando normalmente nos quadros da PM.

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