Polícia

Homem mata primo em Cariacica após ser expulso de casa, aponta polícia

Segundo delegado, Nézio Monteiro Vieira é viciado em drogas e teria cometido furtos para manter o vício. Corpo de Enoque Martins da Silva Filho estava na carroceria de caminhonete

Nézio foi detido por policiais da DCCV de Cariacica, na manhã desta sexta-feira Foto: TV Vitória

O jovem Enoque Martins da Silva Filho, de 24 anos, foi assassinado pelo próprio primo, Nézio Monteiro Vieira, de 44, provavelmente por ter expulsado o acusado da casa da família, no bairro Graúna, em Cariacica. A informação é do titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município, delegado João Paulo Pinto.

Segundo o delegado, Nézio é viciado em drogas e teria começado a cometer furtos na residência para manter o vício. "Ele alega que estava sendo ameaçado de morte pela vítima. Mas a polícia sabe que essa versão é falsa", destacou João Paulo Pinto.

De acordo com o delegado, por conta desse desentendimento, Nézio pegou um pedaço de madeira, nos fundos da casa, e acertou Enoque oito vezes na cabeça. O acusado se aproveitou da distração da vítima, que estava na frente do computador no momento do crime, e o atingiu por trás. O crime aconteceu na manhã de quinta-feira (16).

Em seguida, Nézio colocou o corpo do primo na carroceria de uma caminhonete, saiu com o veículo e o abandonou no bairro Tucum, próximo à Rodovia Governador José Sete, na estrada que dá acesso ao antigo hospital Adalto Botelho. O acusado ainda teria limpado todos os vestígios de sangue deixados na residência onde ocorreu o crime.

O carro foi encontrado pela polícia, que, ao averiguá-lo, encontrou o corpo da vítima. De acordo com João Paulo Pinto, os familiares ficaram sabendo da morte de Enoque por meio da polícia. "Assim que souberam do ocorrido, desconfiaram imediatamente do Nézio", disse.

Corpo de Enoque foi colocado dentro da carroceria de uma caminhonete, que foi abandonada em Tucum Foto: TV Vitória

O suspeito foi detido por policiais da DCCV de Cariacica na manhã desta sexta-feira (17), na casa dos familiares. Na delegacia, demonstrando frieza, Nézio confessou o crime.

"Ele me entregou para a polícia, falou que eu estava roubando. E quem 'cagueta' morre. Eu nunca 'caguetei' ninguém e por isso estou vivo até hoje. Dei umas pauladas e matei ele, acabou. Agora estou assumindo o crime que fiz", disse.

A polícia ainda apreendeu as roupas que o suspeito vestia no momento do crime, as usadas para desovar o corpo e os panos utilizados para limpar as marcas de sangue. Também foi encontrado um pedaço de madeira, que a polícia encaminhou à perícia para saber se foi a arma usada no crime.

"Ele afirmou que havia se desfeito da roupa que ele usava, dos panos que ele usou e da madeira utilizada para a prática do crime. Como a caçamba de lixo que havia na frente da residência estava bem cheia, a gente resolveu fazer buscas e encontramos todo esse material no lixo da residência", contou João Paulo Pinto.

Nézio responde ainda por dois homicídios, ocorridos em Minas Gerais e Rondônia. Natural de Mauá, em São Paulo, ele estava morando com os familiares em Cariacica.

Agora, o acusado responderá por homicídio triplamente qualificado - por motivo fútil, impossibilidade de defesa por parte da vítima e por utilizar meio cruel para cometer o assassinato -, ocultação de cadáver, fraude processual - por ter limpado os vestígios do crime, atrapalhando o trabalho da polícia - e ameaça, já que teria dito, na frente dos policiais, que mataria a irmã de Enoque.

Por todos esses crimes, Nézio poderá ser condenado a 37 anos e seis meses de detenção. Após ser interrogado na DCCV de Cariacica, o acusado foi levado para o Centro de Triagem de Viana.

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