Polícia

Suspeito de assalto a PM em Cariacica estava fora da área determinada pela Justiça

De acordo com o secretário estadual de Justiça, foi feita uma tentativa de contato com Izaías Barnabé Júnior, por meio de telefone, mas ele não atendeu às ligações

Izaías, que foi baleado durante um assalto a um policial militar, em Cariacica, usava uma tornozeleira eletrônica Foto: Divulgação/PM

O detento que usava uma tornozeleira eletrônica, mas mesmo assim participou de uma tentativa de assalto a um policial militar em Cariacica, na noite desta quinta-feira (23), estava fora da área de circulação determinada pela Justiça. Tanto que, segundo o secretário estadual de Justiça, Eugênio Ricas, foi feita uma tentativa de contato com Izaías Barnabé Júnior, de 19 anos, por meio de telefone, mas ele não atendeu às ligações.

"Quando a equipe percebeu [que ele saía da área delimitada], foi feito o contato por telefone, que é o procedimento. Quando foram acionar o Ciodes o crime já havia acontecido", explicou o secretário.

De acordo com Ricas, não houve falha no sistema de tornozeleira eletrônica. O secretário alega que o acusado era considerado um criminoso de baixa periculosidade, era monitorado no município de Viana desde março deste ano e, caso infringisse a área limitada, a Justiça precisaria ser acionada para saber que medidas seriam tomadas. E o primeiro passo, segundo Ricas, era justamente ligar para o infrator.

Segundo o secretário, o não uso da tornozeleira dificultaria ainda mais o monitoramento do criminoso por parte do Estado. "A prisão provisória é uma exceção. Então, em regra, essa pessoa estaria solta de qualquer forma. Só que, com a tornozeleira, nós temos condições de saber passo a passo, todos os dias, onde essa pessoa passou. Sem a tornozeleira, que seria a regra, a gente não teria conhecimento de absolutamente nada que essa pessoa fez e os locais onde ela passou durante esse período", argumentou.

De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), 125 presos utilizam o sistema de tornozeleira eletrônica no Espírito Santo. Uma das intenções é monitorar diariamente o retorno dos condenados em regime semiaberto aos presídios. Mas ela não impede que novos crimes sejam cometidos por eles. 

Para o secretário Eugênio Ricas, não houve falha no sistema de monitoramento do detento Foto: TV Vitória

Eugênio Ricas disse ainda que o caso de Izaías será avaliado com cautela e que não descarta mudanças no monitoramento. "Todo sistema pode ser melhorado, aperfeiçoado. Agora, isso não é uma falha do sistema. A tornozeleira acompanha a pessoa durante todo o percurso que ela faz. O equipamento é composto por um GPS e por dois chips de telefone. Então o propósito a que serve foi alcançado, a gente tem todo o rastro dessa pessoa. Mas é possível ter uma resposta mais rápida nos casos de descumprimento", disse o secretário.

O crime

Na noite desta quinta-feira, por volta das 20 horas, um policial militar sofreu uma tentativa de assalto no bairro Alto Boa Vista, em Cariacica. O PM, de imediato, não reagiu e entregou o carro. Mas, quando os suspeitos perceberam que ele estava armado, atiraram contra o soldado. 

Um dos suspeitos acabou morrendo. O outro, que é Izaías, ficou ferido e foi levado para o hospital Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha. Um terceiro suspeito conseguiu fugir com a arma do crime. De acordo com a polícia, os disparos acertaram o para-brisa do carro, mas o policial não se feriu.

O soldado, de 22 anos, está lotado no Sétimo Batalhão da PM e saía do veículo quando foi rendido por dois homens. O policial tirava de dentro do carro a farda e o colete. A vítima iria assumir o plantão da noite.

Izaías confessou que a arma usada no crime era dele e que atirou contra o PM. Já o rapaz que morreu não foi identificado. O crime será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia vai coletar informações para chegar até o homem que conseguiu escapar.

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