Polícia

Adolescente contrai sífilis após supostamente ser estuprado pelo tio em Vitória

Segundo a polícia, os abusos ocorriam há pelo menos três anos. Acusado confessou o crime, mas colocou a culpa no menino que, segundo ele, o seduzia

Acusado confessou o crime, mas alegou que a vítima o chamava durante a noite Foto: TV Vitória

Um homem de 28 anos foi preso nesta terça-feira (12), em Vitória, acusado de violentar um garoto de 13 anos, que o chamava de tio. De acordo com a polícia, o crime acontecia há pelo menos três anos e, por conta das relações sexuais, a vítima contraiu sífilis, que é uma doença sexualmente transmissível.

O acusado, que não será identificado pela proximidade dele com a vítima, foi apresentado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), na tarde desta terça. Ele confessou o crime, no entanto colocou a culpa no menino que, segundo ele, o seduzia.

"Eu estava deitado no sofá e ele me chamava do meu lugar, meio tonto ainda, e ia para o lugar onde ele estava deitado", tentou se justificar.

O suspeito, na verdade, não é tio de sangue da vítima. Ele é conhecido da família e foi acolhido na casa do garoto há alguns anos, quando a mãe do menino faleceu e ele ficou sozinho no mundo. O acusado já teve passagem pela polícia por tráfico de drogas.

A equipe de reportagem da TV Vitória/Record conseguiu conversar com a mãe adotiva do menino por telefone. Ela explicou que, quando acolheu o homem dentro da própria casa, não imaginava do que ele seria capaz.

"A gente pensa que é uma pessoa e quando vai ver é totalmente diferente. Nunca esperei que ele fosse fazer isso com a gente. Ele falou que gostava de mim e do meu marido, mas fez isso com a gente dentro da nossa própria casa, aproveitando a nossa ausência", desabafou.

Segundo ela, as suspeitas começaram quando o menino começou a apresentar problemas de saúde. "Eu levei ele em um médico pediatra, que o encaminhou para um infectologista. Ele fez vários exames, que acusaram que ele estava com sífilis. Depois ele falou comigo e meu marido o que estava acontecendo. Na mesma hora eu liguei para o Conselho Tutelar e pedi informações sobre o que fazer. E eles me orientaram a ir à delegacia", contou a mulher.

Segundo a polícia, a violência acontecia sempre da mesma forma: o suspeito chegava em casa à noite, sob efeito de drogas, e dormia no sofá da sala. Por volta das 3 horas, ele acordava e ia até ao quarto do menino, onde cometia os abusos. 

Na segunda-feira da semana passada, a mãe adotiva procurou a DPCA em busca de socorro. O caso ficou sob investigação por cerca de uma semana. O laudo do Depatamento Médico Legal (DML), solicitado pela polícia neste período, comprova que o menino contraiu sífilis durante as relações sexuais com o acusado.

"Eu não tenho isso, porque eu fiz meus exames e não constatou nada disso aí. Tem dois anos que fiz exame", tentou se defender o acusado.

Como não houve flagrante, o suspeito vai aguardar o julgamento em liberdade. A condenação pode chegar a 15 anos de prisão. Em casa, o menino agora se recupera.

"Ele está bem aliviado. Eu acho que ele estava com vontade de passar isso para alguém, mas ele não conseguia contar porque tinha medo", disse a mãe.

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