Polícia

Boate onde espanhol esteve com a esposa no dia do crime é intimada a apresentar comanda

Jesús Figón e Rosemary Justino Lopes teriam ido à casa noturna, localizada na Avenida Leitão da Silva, pouco antes do diplomata ter assassinado a esposa a facadas

Rosemary e Jesús teriam ido a uma boate de stritease em Vitória pouco antes do crime Foto: Reprodução

A polícia intimou a direção de uma boate de striptease localizada na Avenida Leitão da Silva, em Vitória, a disponibilizar a comanda que teria sido utilizada pela cabeleireira Rosemay Justino Lopes, assassinada a facadas pelo marido, o diplomata espanhol Jesús Figón, na madrugada do último dia 12. O casal teria ido ao estabelecimento pouco antes do crime, que aconteceu no apartamento do casal, em Jardim Camburi.

De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, que investiga o caso, um representante da casa noturna deverá levar a comanda à delegacia na tarde desta terça-feira (19). Também na tarde de terça, a polícia espera ter acesso às imagens do circuito interno do prédio onde aconteceu o crime.

"A síndica ficou de disponibilizar essas imagens e contaremos com o auxílio de um técnico para resgatá-las. Já as imagens da boate, não será possível ter acesso porque as câmeras de lá não gravam, só transmitem", disse o delegado.

A expectativa da polícia ao ter acesso às informações contidas na comanda e nas imagens de videomonitoramento do condomínio é saber a hora aproximada em que Rosemary foi assassinada. Em depoimento, Figón afirmou ter matado a esposa por volta das 6 horas. No entanto, peritos da Polícia Civil acreditam que o crime tenha ocorrido por volta das 23 horas do dia anterior, que foi o horário em que vizinhos relataram ter ouvido barulhos vindos do apartamento do casal.

Segundo Adroaldo Lopes, as informações obtidas pela investigação são de que o casal teria estado na casa noturna por volta das 4 horas. "Se tiver imagens dela viva dentro das 4 horas da manhã na boate, ou entrando no apartamento dela, vai ficar provado aquilo que eu venho dizendo desde o início, que na verdade a morte não aconteceu nesse horário que a imprensa vem divulgando, cerca de oito ou 12 horas antes. Além do mais, eu tenho uma outra carta na manga, que eu estou guardando na investigação e que também poderá servir de prova de que ela estava viva nesse horário de 4 horas", declarou o delegado, em entrevista exclusiva para o Balanço Geral, da TV Vitória/Record, no último sábado (16).

O advogado de Jesús Figón, Walter Gomes Ferreira Júnior, afirmou que pediu à Justiça, na semana passada, para que o diplomata pudesse voltar para Brasília, onde trabalha como chefe do Departamento de Segurança da embaixada espanhola. Segundo Ferreira, o diplomata vem sofrendo ameaças por parte de familiares de Rosemary e não se sente seguro em Vitória. O espanhol está hospedado em um hotel.

"Ele está sozinho, pois aqui ele só tinha a Rosemary. Além disso, ele mora em Brasília e se sentirá mais seguro lá. Fiz o pedido na semana passada e agora estamos aguardando o posicionamento do juiz", disse o advogado.

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