Polícia

Diplomata espanhol que confessou matar a mulher presta depoimento à polícia em Vitória

Jesús Figón foi intimado pelo delegado Adroaldo Lopes, responsável pela investigação do crime. Ele teve a imunidade diplomática suspensa pelo governo espanhol

Jesús Figón esteve na DHPP na manhã desta quinta-feira, onde foi recebido pelo delegado Adroaldo Lopes Foto: TV Vitória

O comissário do governo espanhol, Jesús Figón, de 64 anos, que confessou ter matado a esposa na última terça-feira (12), esteve na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Praia do Canto, em Vitória, na manhã desta quinta-feira (14), para prestar depoimento. Ele foi intimado pelo titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, responsável pela investigação do crime.

O espanhol chegou à delegacia pelo estacionamento e entrou no prédio da DHPP por volta das 10 horas. Foi solicitada a presença de uma tradutora, para que o depoimento tivesse início, já que Figón alegou não falar português.

No local, Figón chegou a conversar rapidamente com a imprensa. Ele reafirmou que amava muito a esposa, a cabeleireira capixaba Rosemary Justino Lopes, de 50 anos, e que "havia morrido" junto com ela. No entanto, ao ser questionado pelos jornalistas sobre a versão que apresentou a polícia, de ter agido em legítima defesa, o espanhol saiu apressado, em companhia do delegado.

Jesús Figón teve a imunidade diplomática suspensa pelo governo espanhol, na tarde de quarta-feira, a pedido do governo brasileiro. Com a decisão, o diplomata vai responder o processo judicial no Brasil.

O diplomata já havia se apresentado na DHPP no dia do crime e chegou a prestar um depoimento, alegando que agiu em legítima defesa. No entanto, como ele ainda gozava de imunidade diplomática, o depoimento teve caráter informal e não foi documentado. Em seguida, o espanhol foi liberado. Como agora, ele responde pelo crime no Brasil, o depoimento será incluído no inquérito da Polícia Civil.

De acordo com Adroaldo Lopes, a Justiça negou, durante a madrugada desta quinta-feira, o pedido de prisão feito pela polícia contra Jesús Figón. Também foi negada a cassação do passaporte do espanhol. O delegado, no entanto, frisou que Figón está colaborando com as investigações e chegou a colocar o passaporte à disposição.

O comissário espanhol confessou ter assassinado Rosemary a facadas na madrugada da última terça-feira em Jardim Camburi, Vitória. Ele trabalha em Brasília, mas passava férias na capital capixaba, onde a esposa morava no local onde aconteceu o crime. Os dois eram casados há quase 30 anos.

Pontos moeda