Polícia

Criança pula do segundo andar de casa para fugir de agressão em Cariacica

A menina afirmou que é constantemente ameaçada pela esposa do pai, e que já apanhou várias vezes. O caso revoltou os moradores do bairro onde ela mora

A menina afirma que não quer voltar para casa Foto: TV Vitória

Para fugir de supostas ameaças, que estariam ocorrendo dentro da própria residência, uma menina, de apenas oito anos, pulou do segundo andar de um prédio, em Cariacica.

Vizinhos da criança acionaram o Conselho Tutelar alegando que ela seria vítima de maus-tratos e agressões praticadas pelo pai e pela madrasta. A menina afirmou sofrer ameaças constantes.

“Eu não quero mais voltar para casa. Ela [a madrasta] me batia e me mostrava um vídeo de monstro”, contou a criança.

As acusações de violência também caem sobre o pai da menina. Ela revelou que sempre apanha. “Ele me bate com a correia, e também me cortou no pescoço”, disse a vítima.

O pedreiro, de 56 anos, tenta se defender. “A gente tem que tentar educar o filho. Minha mãe me educou me batendo, e hoje eu sou o homem que eu sou por isso, e não fui para o lado ruim. Hoje está cheio de vagabundos porque os pais não têm direito de educar o próprio filho”, afirmou o pai.

A prima da criança, que acompanha o caso de perto, discordou do tio e desabafou. “Eu apanhei muito, mas nunca fui espancada para deixar marca no meu corpo. Minha mãe nunca me enforcou com uma correia e nunca fiquei com as pernas roxas”.

O caso só foi descoberto após vizinhos e pessoas ligadas à família denunciarem ao Conselho Tutelar. Quinze minutos após a denúncia, quando chegaram ao local, os conselheiros encontraram a criança desacordada no chão. Isso porque, num ato de desespero, a menina teria se jogado do segundo andar da casa onde mora, para não ser mais uma vez agredida.

O caso revoltou os moradores do local onde a família vive. Foi preciso o auxílio da polícia para que os acusados pelas agressões não fossem linchados. O Conselho Tutelar acompanhou essa história junto com a polícia e garantiu que está confirmado o crime.

“No momento em que nós chegamos à casa, ela [a madrasta] estava ameaçando a menina. Em desespero, quando a madrasta foi para o quarto, a menina correu e se jogou do segundo andar pela parte de trás da casa. Imediatamente nós acionamos o Ciodes e o Samu, que chegaram logo. Por ser uma denúncia de maus tratos e espancamento, o pai e a madrasta foram levados para o DPJ de Cariacica. Ficou caracterizado como crime de maus-tratos e agressão física”, explicou o conselheiro tutelar, Alex Pherrera.

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