Polícia

Com medo de perder o bebê, grávida denuncia ex por agressão no Estado

Em meio às agressões sofridas, a mulher descobriu a gravidez. Mesmo carregando na barriga o filho do suspeito, ela contou que a violência continuava

A jovem tem uma medida protetiva, mas diz que não é cumprida Foto: TV Vitória

Com medo de perder o filho, uma jovem de 18 anos e grávida de sete meses resolveu denunciar o ex-companheiro por agressão. De acordo com ela, as agressões começaram quando ela ainda era casada. Primeiro eram verbais e depois passaram a ser físicas. O motivo seria ciúmes. 

“Mesmo depois de grávida ele me bateu, invadiu a minha casa. Tudo foi por causa de ciúmes. Ele descobriu que eu estava grávida e falou que o filho não era dele. Ele me deu chutes, socos e eu fiquei toda roxa. Ele falava que se eu não fosse dele eu não seria de mais ninguém”, contou a vítima.

Com medo de morrer e perder o filho ainda no ventre, ela resolveu denunciar. Fez boletim de ocorrência e conseguiu a medida protetiva, um documento que proíbe a aproximação do agressor. Caso a medida não seja obedecida, o resultado é a prisão. Mas nesse caso a mulher agredida garante que a lei não está valendo de nada.

“Na audiência que tivemos o delegado falou que ele não podia chegar perto de mim, que onde eu estivesse ele tinha que sair, mas até agora nada. Quando eu ligo para a polícia eles falam que vão mandar uma viatura. Eles mandam, mas quando ela chega ele não está lá”, disse a grávida.

De acordo com a delegada Suzana Ferreira, na maioria das vezes, é comum o casal voltar e a polícia não fica sabendo. “Quando isso ocorre é indispensável que a vítima vá até a unidade policial, faça o registro que a gente vai verificar se essa medida protetiva é válida e de toda forma comunicar a autoridade judiciária que houve esse descumprimento”, explicou a delegada.

A delegada também explicou que não depende da Polícia Civil expedir o mandado de prisão do agressor, mas sim de um juiz responsável. Mas segundo a  juíza Gisele Souza de Oliveira, há falta de estrutura e fiscalização para fazer valer a lei. “Apesar de ser uma lei muito boa, não há previsão de uma fiscalização. Teremos que preencher essa lacuna com uma ideia sólida e que pudesse de certa forma trazer uma resposta as mulheres”, destacou a juíza.

A magistrada foi quem implantou na cidade de Vitória o conhecido Botão do Pânico. Ela garante que esse equipamento é o que vai ajudar no combate a violência doméstica.

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