Polícia

Grande Vitória registra quase 4 mil casos de embriaguez ao volante em apenas seis meses

Os dados são do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, com base nas operações de fiscalização da Lei Seca, que no mês de junho completou sete anos de vigência

De acordo com o Batalhão de Trânsito, quantidade de flagrantes na Grande Vitória aumentou 88% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014 Foto: Divulgação

O número de condutores flagrados dirigindo embriagados na Grande Vitória atingiu, somente no primeiro semestre de 2015, o mesmo patamar do que foi registrado em todo o ano passado. Os dados são do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), com base nas operações de fiscalização da Lei Seca, que no mês passado completou sete anos de vigência.

De acordo com o comandante do policiamento rodoviário do BPTran, capitão Isaac Rubim, até o final de junho foram autuados por embriaguez ao volante 3.757 condutores na região metropolitana. Além disso, houve uma operação especial da Companhia de Fiscalização do BPTran durante o Festival de Alegre, que flagrou outros 117 motoristas alcoolizados. 

Segundo o capitão Isaac, o índice de pessoas pegas dirigindo sob influência de álcool aumentou 88% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. "Para se ter uma ideia, o nosso recorde anterior, na Grande Vitória, era de 439 flagrantes, em maio de 2014. Somente em junho deste ano, esse número subiu para 930. Se somarmos com os 117 flagrados no Festival de Alegre, ele sobe para 1.047", frisou.

Ainda segundo o comandante, foram autuados por embriaguez ao volante, em todas as operações realizadas pelo Batalhão de Trânsito no Espírito Santo no ano passado, 5.528 motoristas. No ano anterior, foram 4.843 flagrantes. "Para se ter uma ideia, no ano passado a cada 11 motoristas abordados pela fiscalização, um estava embriagado. Este ano o flagrante tem ocorrido a cada seis abordagens. Isso significa que a fiscalização está mais efetiva", destacou.

Fiscalização

O capitão Isaac ressaltou que o aumento da quantidade de motoristas flagrados dirigindo sob influência do álcool é resultado de uma mudança na forma como a fiscalização da Lei Seca está sendo feita.

"Houve uma evolução na legislação, que estabeleceu tolerância zero para motorista que bebem antes de dirigir. E nós acompanhamos essa evolução. Esse aumento dos flagrantes é resultado de uma mudança de estratégia de planejamento, fiscalização e administração. Passamos a monitorar as redes sociais e aplicativos que as pessoas têm usado para alertar aquele motorista que bebe e dirige. Além disso, policiais estão à paisana em bares, casas de show e outros locais onde é comum esse tipo de prática, alertando à fiscalização sobre quem ingere bebida alcoólica e, em seguida, assume a direção de um veículo", disse.

O comandante atribui também à falta de conscientização das pessoas o alto índice de motoristas flagrados embriagados. "Por um lado nós comemoramos a eficácia da fiscalização. Mas por outro ficamos preocupados porque ainda tem muita gente dirigindo sob efeito do álcool. Essas pessoas não estão conscientizadas de que beber e dirigir é uma conduta que prejudica a segurança no trânsito. E a fiscalização é uma ferramenta que visa também educar, porque a pessoa pode evitar dirigir sob influência do álcool por medo de ser flagrada. Mas somente a fiscalização não é suficiente. É preciso criar campanhas de educação eficazes e a pessoa também precisa querer mudar de comportamento", salientou.

Lei Seca

A Lei 11.705, conhecida como Lei Seca, entrou em vigor no dia 19 de junho de 2008. A nova legislação alterou o Código de Trânsito Brasileiro, determinando tolerância zero para o consumo de álcool por motoristas.

A partir da nova lei, quem for pego dirigindo embriagado está sujeito a uma multa de R$ 1.915,40, além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Nos casos mais graves, o infrator fica sujeito à prisão.

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