Polícia

Ponto em que jovem foi baleada tem pelo menos um assalto por semana na Serra, dizem moradores

Moradores de Chácara Parreiral, na Serra, reclamam da falta de segurança e afirmam que os assaltos acontecem principalmente no horário em que a população sai para trabalhar

Na manhã desta quarta-feira (01), um mulher acabou baleada  no local Foto: TV Vitória

Moradores de Chácara Parreiral, na Serra, reclamam da falta de segurança em um ponto de ônibus no bairro. Eles afirmam que toda semana acontece algum assalto no local, principalmente no horário em que saem para trabalhar, entre 4 horas e 9 horas, e depois das 17 horas, quando retornam.

Na manhã desta quarta-feira (01), uma mulher acabou baleada durante uma tentativa de assalto no local.

O ponto de ônibus fica às margens da rodovia ES 010. Na maior parte do dia, o movimento é apenas dos veículos, que passam em alta velocidade. Por isso, quem precisa pegar ônibus no local fica exposto à violência. 

O repositor Bruno dos Santos Martins conta que espera o ônibus para ir ao trabalho no ponto todos os dias. E espera muito, porque nem sempre consegue embarcar no primeiro coletivo que passa.

"O primeiro ônibus passa e o motorista acena que está lotado. O segundo passa e está muito cheio. Então a gente não tem estabilidade. Quando o ônibus passa e não para, os bandidos vão ver que a pessoa está sozinha no ponto e vão assaltar", conta. 

A doméstica Deise Cardoso diz que por pouco não foi vítima de um assalto. "Era uma quarta-feira de Cinzas à tarde, no horário de 1 hora. Estavam vindo eu, minha filha e minha sobrinha. A gente viu dois caras de moto, que pararam e levaram o celular de todo mundo que estava no ponto. Chamaram a polícia, mas já era tarde", disse.

O ponto atende os moradores do bairro. Somente em um condomínio próximo, 4 mil moradores precisam ir ao local todos os dias pegar ônibus. Eles dizem que está complicado conviver com a insegurança.

"Sempre tem muita gente indo para o trabalho e eles ficam vulneráveis no ponto de ônibus. Todo mundo hoje em dia tem um celular e às vezes passa um vagabundo de bicicleta. Houve um caso em que eles vieram de carro e assaltaram todo mundo e foram embora. Então a sensação de insegurança está grande demais", disse o síndico do condomínio, Bruno da Silva Ribeiro Gomes. 

A rotina acaba tornando trabalhadores reféns da violência. "É uma selvageria tremenda num local que eu escolhi para viver, criar meu filho, estabilizar minha vida", lamenta o marítimo Jorge Roberto Soares da Silva.

Segundo os moradores, a violência no local vai além dos assaltos. A estudante Daniele Dias, de 15 anos, conta que presenciou um assassinato no ano passado.

"Fui encontrar um amigo no ponto e estava muito barulho. Nisso a gente ouviu um barulho. Eram dez tiros. Um cara novo morreu. Eu fiquei sabendo que ele era traficante. E depois daquele dia só foi piorando a situação do bairro", contou.

 

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