Polícia

Criança levada pelo pai após assassinato da mãe em Cariacica é encontrada no interior

De acordo com a polícia, a menina de 4 anos, que é autista e presenciou o crime, estava na casa dos avós em Brejetuba. Ezequiel Vicente Dias continua foragido

Ezequiel fugiu com a filha de 4 anos após o crime e continua sendo procurado pela polícia Foto: Reprodução

A criança de 4 anos que foi levada de casa pelo pai, o taxista Ezequiel Vicente Dias, suspeito de assassinar a esposa, Zenaide Trindade dos Santos, de 30 anos, na madrugada desta quarta-feira (23), no bairro Vila Capixaba, em Cariacica, foi encontrada pela polícia. De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes, que investiga o crime, a menina estava na casa dos avós, pais do acusado, em Brejetuba, na Região do Caparaó.

A criança, que segundo a polícia sofre de autismo, presenciou o crime. Em seguida, o taxista teria fugido com ela. Ezequiel teria afirmado que estava levando a filha para a casa de parentes dele, no Rio de Janeiro, para depois se entregar à polícia. O suspeito, no entanto, ainda não foi localizado.

De acordo com a polícia, Zenaide, que tabalhava como vendedora de cosméticos, foi morta com golpes de faca no pescoço, dentro do apartamento onde morava com a filha e o marido, apontado como o principal suspeito do crime. Segundo Adroaldo Lopes, Ezequiel cometeu o crime na frente da filha do casal, por suspeitar que estava sendo traído.

"Esse casal tinha um relacionamento conturbado e, ao que parece, existia, por parte do Ezequiel, uma suspeita de traição da mulher, ainda não confirmada. Por esse motivo ele teria cometido esse homicídio", destacou o delegado.

Zenaide foi morta nesta madrugada, no apartamento em que morava com o marido e a filha, em Vila Capixaba Foto: TV Vitória

No entanto, no condomínio onde o casal morava, os vizinhos ficaram surpresos com o crime e ainda custam a acreditar no que aconteceu. A auxiliar administrativa Bruna Pompermayer, por exemplo, lembra que, no último sábado (19), viu Zenaide brincando com a filha no pátio. Ela conta que nunca suspeitou que marido e mulher vivessem em conflito e disse que Zenaide e Ezequiel pareciam formar uma família feliz. "As vezes que os vi, eles estavam bem e com a criança. Nunca ouvi barulho deles brigando, nem nada", conta.

De acordo com os vizinhos, Ezequiel e Zenaide moravam no condomínio há aproximadamente cinco meses e não tinham muito contato com os outros moradores. A família da vítima seria de uma cidade do interior do Espírito Santo.

No ponto de táxi da bairro Campo Grande, em Cariacica, onde Ezequiel trabalhava, a notícia pegou os companheiros de trabalho dele de surpresa. O taxista Jorge Braz disse que conhecia o suspeito há quatro anos e que se considera amigo dele e da família. Apesar da proximidade, o taxista garante que Ezequiel nunca relatou a ele nada sobre brigas no relacionamento com Zenaide. Para Jorge, o crime é um mistério.

"Jamais eu ia pensar que ia chegar a uma situação dessa. Um cara que sempre elogiava a esposa dele, a filha. Muito trabalhador, muito honesto. A gente tinha uma amizade muito grande. Chocou todo mundo", lamentou.

O crime está sendo investigado pela DHPM. Segundo Adroaldo Lopes, a polícia continua atrás do suspeito. "Vamos iniciar as investigações agora e ver se realmente ele [Ezequiel] viajou para o Rio de Janeiro. Me chamou atenção a forma como ele matou a esposa, de maneira cruel, e o fato de ter levado a filha, que é autista", afirmou.

Qualquer informação que ajude a polícia a encontrar o suspeito deve ser passada para o Disque-Denúncia, por meio do telefone 181. Não é preciso se identificar.

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