Polícia

Ministério Público denuncia caso de canibalismo em penitenciária

Detentos teriam esquartejado e comido fígado de colega após desentendimento em 2013. De acordo com a promotoria, foram encontrados restos da vítima nos dias 23 e 24

Apenas nos primeiros seis meses do ano, foram registrados quatro homicídios e 14 fugas em Pedrinhas Foto: Reprodução/ Rede Record

O  Ministério Público (MP) denunciou um caso de canibalismo ocorrido dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão. Na ação movida pela 28ª Promotoria Criminal de São Luís, consta que o crime ocorreu em dezembro de 2013 na cela 1 do bloco C.

O ritual que chocou o MP aconteceu depois de um desentendimento de seis integrantes de uma facção criminosa, que acabou com um deles sentenciado à morte. A vítima foi identificada como Edson Carlos Mesquita da Silva. O detento foi torturado e morto a facadas. O corpo foi esquartejado em 59 pedaços, além de ter o fígado assado e comido pelos assassinos. Segundo o processo, o corpo foi espalhado por vários locais dentro do pavilhão e os criminosos teriam usado sal para amenizar o mau cheiro.

De acordo com a promotoria, foram encontrados restos da vítima nos dias 23 e 24. Cerca de duas semanas depois, já em janeiro de 2014, foi encontrada a arcada dentária.

O processo havia sido concluído sem autoria. Mesmo assim, o MP solicitou novas diligências. O caso foi reaberto em 2014 com o aparecimento de uma testemunha-chave que contou detalhes sobre o crime. De acordo com a promotoria, o depoimento da testemunha coincide com os laudos periciais da época.

No dia do crime, a vítima estava na cela com Geovane Sousa, o Bacabau; Samiro Rocha de Sousa, o Satanás; Joelson da Silva Moreira, o Índio, que já morreu; Rones Lopes da Silva, o Roni Boy; e Enilson Vando Matos Pereira, conhecido como Matias ou Sapato, além de um homem que não foi identificado. Estes detentos são apontados como os assassinos de Edson Carlos. Os acusados foram ouvidos e negaram participação no crime.

A denúncia do Ministério Público não aponta outros crimes semelhantes nem a conivência de funcionários da penitenciária com o assassinato. A promotoria aguarda uma decisão judicial para dar prosseguimento ao caso.

Histórico de violência

Esta não é a primeira vez que o presídio de Pedrinhas ganha destaque por causa da violência. Em julho deste ano, quatro entidades de proteção aos direitos humanos visitaram o local e constataram diversas violações.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) também vistoriou o presídio. A entidade constatou que há "alto grau" de tortura a presos interrogados no país. Apenas nos primeiros seis meses do ano, foram registrados quatro homicídios e 14 fugas em Pedrinhas.

Com informações do Portal R7

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