Polícia

PM registra morte por tiro como atropelamento

Redação Folha Vitória

São Paulo - As investigações que apuram a morte do vigilante Alex de Morais, de 39 anos, concluíram que ele não morreu depois de ser atropelado, como afirmaram dois policiais militares que atenderam o caso. Segundo a Polícia Civil e a Corregedoria da PM, ele foi vítima de homicídio.

O caso aconteceu na madrugada de domingo, em Sapopemba, na zona leste da capital. Na versão apresentada pelos dois PMs que registraram o caso no 69º DP (Teotônio Vilela), Morais foi encontrado caído, na Rua Edgar Pinto César, após ser atropelado por uma moto em alta velocidade ocupada por duas pessoas.

Segundo a investigação, os policiais podem ter induzido os bombeiros que socorreram o rapaz e também os médicos do Hospital Santa Marcelina, que atenderam o caso, a erro, pois o documento médico diz que o vigilante morreu após uma lesão na cabeça que provocou perda de massa encefálica. Na delegacia, com base nas informações trazidas pelos PMs, o caso foi registrado como lesão corporal culposa (quando não há intenção) seguida de fuga do local.

A verdade só foi descoberta depois que o corpo foi para o Instituto Médico-Legal para exame necroscópico. Os legistas encontraram uma perfuração na nuca de Morais provocada por um tiro. A Polícia Civil foi avisada e as investigações sobre o que realmente aconteceu começaram. O 70º DP (Sapopemba) abriu um inquérito de homicídio e a Corregedoria da PM também passou a apurar os motivos que levaram os policiais a mentir.

Testemunhas disseram à polícia que, por volta das 3 horas, ouviram barulho de moto correndo em alta velocidade e depois um tiro, pouco antes da chegada dos policiais militares ao local. A principal hipótese é que os PMs montaram uma farsa para acobertar uma execução. Investigadores e PMs da Corregedoria estão desde anteontem ouvindo moradores e procurando imagens de câmeras de segurança que podem ter gravado o que aconteceu.

A mãe do vigilante, Francelina Veiga de Morais, de 69 anos, disse informalmente aos policiais que o filho trabalhava na zona oeste e havia acabado de descer do ônibus quando foi baleado. Morais não tinha passagem na polícia.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública só relatou a versão dos policiais e a descoberta pelos legistas de que a vítima foi baleada. "O delegado titular do 70.º Distrito Policial, Luiz Eduardo de Aguiar Marturano, informa que há inquérito instaurado. Ele aguarda o laudo do exame necroscópico que confirmará a causa da morte. A investigação segue em andamento. A PM também instaurou Inquérito Policial-Militar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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