Polícia

PM suspeito de participar do assassinato de jovem há 16 anos é absolvido pela 3ª vez

O policial militar Jeferson Zambaldi Torenzani era apontado como um dos executores do flanelinha Pedro Nacort Filho, morto a tiros em junho de 1999, em Vitória

Na época do crime pedro tinha 26 anos Foto: TV Vitória

Depois de 16 anos, a Justiça encerrou o caso do assassinato de Pedro Nacort Filho, morto a tiros em junho de 1999, em Vitória. Um dos militares acusados do crime foi absolvido pela terceira vez. 

O júri popular aconteceu no Fórum de Vitória. Por volta das 20 horas a sentença foi anunciada pelos jurados e a maioria decidiu pela absolvição do soldado da Polícia Militar, Jeferson Zambaldi Torenzani. Parentes e amigos deixaram do PM prédio no centro da capital comemorando o resultado. A imprensa não foi autorizada a acompanhar o julgamento. 

“Se fosse uma pessoa errada eu não passava a mão na cabeça. Ele é um garoto sério e a família está sofrendo muito. Era para o Jeferson ser sargento, ele é soldado, está há 19 anos e perdeu três promoções. Duas vezes ele foi absolvido pelo júri e uma vez pelo juiz”, disse um amigo de Jeferson, o policial militar Izoete Gonçalves. 

Jeferson era apontado como um dos executores de Pedro. Na época o flanelinha assassinado tinha 26 anos. Segundo a acusação, o policial teria matado Pedro junto com outro militar. 

O outro policial acusado, Erivelton de Souza Pereira, conhecido como Diabo Loiro, foi julgado e condenado a 18 anos de prisão em 2011. Na época, no mesmo júri, Jeferson foi absolvido, mas o Ministério Público entrou com um recurso alegando que um exame de balística, feito em 2003, apontava indícios de participação do PM no crime.

Durante o julgamento, a defesa do policial alegou que o exame de balística não apontou com exatidão que os três projéteis retirados do corpo da vítima, na época do crime, saíram da arma do PM. O exame deu positivo apenas para dois fragmentos de bala, o que para os jurados não indicou participação no crime.

Outra alegação da defesa foi que, no momento do crime, Jeferson estava em outra ocorrência, mas eles não souberam dizer o horário exato em que isso aconteceu. Para o Ministério Público só o exame de balística seria o suficiente para incriminar o policial. Esta foi a terceira vez que Jeferson foi absolvido e desta vez não cabe mais recurso. A mãe da vítima saiu do prédio sem acreditar no resultado. “Infelizmente não cabe mais recurso para ele, e eu nem tenho como recorrer na Justiça, mas eu tenho certeza que Deus irá recorrer por mim”, disse Maria das Graças Narcot, mãe de Pedro. 

O crime aconteceu no dia 20 de junho de 1999. Por volta de meia noite e meia Pedro saiu de casa dizendo para a família que iria comprar cigarros. Testemunhas contaram que ele foi abordado por policiais militares próximo à Praça Costa Pereira, em Vitória. A mãe do jovem disse que por volta de 01h30 ela ouviu tiros e ficou com uma sensação ruim. Quando desceu para ver o que tinha acontecido, encontrou o filho morto com 18 tiros na Rua Sete.

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