Polícia

Treze pessoas são detidas suspeitas de sonegar R$ 1,5 bilhão no setor rochas do ES

Ao todo, 20 empresas foram alvo da operação desta terça-feira (10), e 13 pessoas acabaram detidas. O MPES suspeita que o grupo tenha sonegado cerca de R$ 1,5 bilhão

Material apreendido durante a operação Foto: Lenilce Pontini

Uma operação para desarticular organização criminosa suspeita de sonegação fiscal milionária no setor de rochas ornamentais foi deflagrada, na manhã desta terça-feira (10), em Cachoeiro de Itapemirim.

Ao todo, 20 empresas foram fiscalizadas durante a Operação Âmbar em Cachoeiro e Muqui. Durante a ação, 13 pessoas, entre empresários e vendedores, acabaram detidos. Segundo o MPES, o suspeito de ser o grande mentor do esquema está foragido. 

De acordo com o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Bruno Simões Noya de Oliveira, o total preliminar de sonegação gira em torno de 1,5 bilhão de reais. O valor, no entanto, pode sofrer aumentos, caso sejam identificadas novas empresas no esquema. Ele afirma, ainda, que a operação está apenas começando e que ainda nesta semana aproximadamente 40 pessoas serão ouvidas pelo Ministério Público.

O promotor explicou ainda, que o número de empresas investigadas no Estado passa de mil. “O número de empresas investigadas no Estado é de 1.560, sendo a maioria na região de Cachoeiro de Itapemirim, dessas muitas são empresas de fachada, com laranjas à frente”, reforça o promotor da Gaeco. Na operação de hoje, cinco empresas de fachada foram deflagradas, sendo que uma delas está desativada.

As buscas tiveram início às 05h nas empresas beneficiárias e nas residências dos operadores do esquema. Foram apreendidos, também, 35 blocos de mármore e granito em situação irregular, além de computadores, notas frias, aparelhos de celular entre outras mídias com informações que podem ajudar na investigação. Dinheiro e cheques também foram apreendidos. Apesar de não ser alvo da operação, foi apreendida uma arma com um dos detidos: 1 revólver calibre 38 com 6 munições calibre 38 e 220 munições calibre 22.

Participaram da operação 7 Promotores de Justiça, 18 servidores da Receita Federal, 20 Auditores Fiscais da Receita Estadual e 35 policiais militares do GAECO.

Entenda o caso

Segundo o MPES, a fraude consistia na utilização de empresas de fachada para emissão de notas fiscais que lastreavam operações de venda de mármore e granito para todo o território nacional. O esquema era capitaneado por um grupo de operadores que recebia comissões de empresários locais a fim de ocultá-los nas operações de compra e venda, transferindo suas obrigações tributárias a empresas laranjas.

As investigações tiveram início com ações dos fiscos federal e estadual que, a partir de cruzamento de dados, identificaram fortes indícios de crimes contra a ordem tributária em empresas com elevada emissão de notas fiscais sem o correspondente pagamento dos tributos. A partir daí os fatos foram encaminhados ao GAECO, que também adotou medidas investigativas, apurando, em tese, a prática dos crimes de sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

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