Polícia

Justiça manda soltar seguranças suspeitos de matar homem em supermercado da Serra

Os suspeitos chegaram a ser encaminhados ao Centro de Triagem de Viana, na Grande Vitória, ainda na noite de terça (29), mas foram liberados pela Justiça, nesta quarta (30)

A DHPP que investiga o caso Foto: Reprodução/TV Vitória

Os dois seguranças de uma rede de supermercados da Grande Vitória autuados por homicídio qualificado, após a morte de um homem que teria tentado furtar dois pedaços de picanha, foram liberados pela Justiça, na tarde desta quarta-feira (30). O caso aconteceu no bairro Laranjeiras, na Serra, na noite da última terça-feira (29).

Os suspeitos chegaram a ser encaminhados ao Centro de Triagem de Viana, na Grande Vitória, ainda na noite de terça-feira (29), mas foram liberados. De acordo com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), o juiz que estava de plantão decidiu que os suspeitos poderiam responder em liberdade por terem residência e emprego fixos, advogado, e não terem antecedentes criminais

O delegado que acompanha as investigações, Rodrigo Sandi Mori, contou que o homem de 29 anos morreu por asfixia. "No exame cadavérico da vítima foi constatado a causa da morte, que seria por asfixia", disse.

Segundo o delegado, os dois seguranças do supermercado que fizeram a abordagem foram autuados por homicídio. "Diante dos depoimentos colhidos e do exame, há indícios suficientes em autoria e materialidade por parte dos dois seguranças. Eles negam o fato e dizem que não tiveram contato físico com a vítima, mas não é o que diz o laudo. Eles serão autuados por homicídio qualificado por motivo fútil e asfixia com dolo eventual", disse o delegado.

A vítima foi identificada e Mori afirmou que mais pessoas serão ouvidas. "Foram encontrados documentos no bolso dele. Vamos ouvir mais algumas pessoas. Eu solicitei imagens das câmeras de videomonitoramento, mas no local que eles estiveram não há câmeras. Só quem pode contar o que aconteceu são os dois seguranças. Não tem como saber o que aconteceu com a vítima", afirmou.

O advogado da rede de supermercados Carone, Juvaci Peter, informou que a empresa está disposta a colaborar com as investigações, mas que não acredita em assassinato.

Já a direção do supermercado diz que confia nos procedimentos de segurança e que todos foram adotados na ocasião. O Carone afirma lamentar a fatalidade e se solidarizou com os familiares da vítima de também com os colaboradores. A empresa afirma crer veementemente que os novos laudos solicitados comprovarão que a morte de Jhonatas Barbosa não foi fruto da ação dos colaboradores.

Seguranças envolvidos no crime

O delegado Rodrigo Sandi Mori afirma que os dois seguranças estão envolvidos no crime. "Os dois seguranças estão diretamente ligados ao crime. Eles realizaram a abordagem em um terreno baldio e conduziram a vítima até um ambiente dentro do estabelecimento. Ficaram apenas os dois seguranças e a vítima por cerca de dois e cinco minutos”, contou.

Mori falou, também, do momento em que a polícia chegou ao local. “O chefe da segurança chegou ao local e questionou o que estava acontecendo, e os seguranças falaram que o homem estava fingindo que estava desmaiado. Foi nesse momento que a Polícia Militar chegou ao local e atestou que possivelmente ele estaria em óbito e acionou o Samu, que confirmou a morte. Todas as evidências levam a atuação dos dois", contou Rodrigo Sandi Mori.

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