Polícia

Pela primeira vez em 36 anos, Espírito Santo sai da lista dos cinco Estados mais violentos do país

O Espírito Santo registrou 41,4 homicídios para cada 100 mil habitantes, em 2014. O número representa uma queda de 13,8% quando comparado o período de 2004 a 2014

Número de homicídios caiu no ES Foto: Divulgação

Pela primeira vez desde 1980, em 2013, o Espírito Santo saiu da lista dos cinco Estados mais violentos do Brasil. É o que afirma a pesquisa Atlas da Violência 2016, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Espírito Santo está na 13ª posição, entre os mais violentos, com 1.608 homicídios, em 2014.

O Espírito Santo registrou 41,4 homicídios para cada 100 mil habitantes, em 2014. O número representa uma queda de 13,8% quando comparado o período de 2004 a 2014. Na média nacional, porém, o Estado está com números que ainda preocupam. Em todo o Brasil, houve aumento de 10% no número de homicídios, entre 2004 e 2014. A média, porém, de 29,1 homicídios a cada 100 mil pessoas, é menor do que a média do Espírito Santo. O Estado com menor taxa de homicídios em 2014 é Santa Catarina, com 12,7, e o com maior taxa é Alagoas, com 63.

Somente em 2014, o Espírito Santo registrou 1.608 homicídios. Se comparado no período de 2004 a 2014, houve uma queda de 1,3%. O Estado com menor número de homicídios em 2014 é Roraima, com 159, enquanto o Estado com maior número é São Paulo, com 6.131. Em todo o Brasil, foram 59.627 homicídios, uma variação de 21,9% entre 2004 e 2014.

A partir de 2013, pela primeira vez desde 1980, o Espírito Santo saiu da lista dos cinco estados mais violentos do País, ao mesmo tempo em que se juntou a outros que registraram diminuição das taxas de homicídios, como São Paulo, com -52,4%; Rio de Janeiro, -33,3%; Pernambuco, -27,3%; Rondônia, -14,1%; Mato Grosso do Sul, -7,7%; e Paraná, -4,3%.

Na contramão das estatísticas, o número de homicídios envolvendo negros no Espírito Santo aumentou, de 2004 a 2014, 15,7%. Em 2014 a taxa registrada foi de 56,7 homicídios a cada 100 mil habitantes, número bem acima da média nacional, que foi de 37,5, em 2014.

Quando o quesito é a morte de mulheres, o Espírito Santo também está acima da média nacional. O ES foi um dos 18 Estados que apresentaram taxa de mortalidade por homicídio de mulheres acima da média do Brasil, de 4,6, com 7,1 homicídios a cada 100 mil habitantes. É o quarto Estado que mais mata mulheres, perdendo apenas para Roraima, Goiás e Alagoas. Foram 138 mulheres mortas em 2014.

Houve, também, aumento no número de mortes por causa indeterminada, em 72%, quando comparado o período de 2009 a 2014. Foram 215 mortes no Espírito Santo em 2014.

Confira o estudo na íntegra.

Análise por município

De acordo com o documento, Vitória apresentou a maior taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes, com 56,17. Já entre os municípios pesquisados, Santa Teresa, na região Serrana do Espírito Santo, teve a menor taxa de homicídios, 10,6. Confira na tabela abaixo:

>> Afonso Cláudio: 11,91
>> Alegre: 15,9
>> Barra de São Francisco: 30,33
>> Cachoeiro de Itapemirim: 20,54
>> Colatina: 34,54
>> Guarapari: 28,13
>> Itapemirim: 18,14
>> Linhares: 45,52
>> Montanha: 22,03
>> Nova Venécia: 25,93
>> Santa Teresa: 10,6
>> São Mateus: 53,95
>> Vitória: 56,17

Fonte: Atlas da Violência 2016, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Análise nacional

Situação é "gravíssima", afirma Ipea Foto: Divulgação/Internet

De acordo com o levantamento, em 2014, 59.627 pessoas sofreram homicídio no Brasil, o que elevou a taxa para 29,1 mortes por 100 mil habitantes. O Ipea analisa a situação como “gravíssima”. Ainda é possível afirmar que mais de 10% dos homicídios do mundo acontecem em solo nacional.

Desde 2004, enquanto oito unidades federativas registraram diminuição nas taxas, em outros seis Estados o aumento foi superior a 100%, sendo que a maioria deles é situada no Nordeste. O instituto frisou que nos Estados onde houve diminuição na taxa de homicídios, ocorreu a implantação de políticas públicas, como no caso de São Paulo, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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