Polícia

Presa quadrilha acusada de assaltos em cidades do Sul do Espírito Santo

Ao todo, foram presas cinco pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha especializada em roubos em Cachoeiro de Itapemirim e no município de Piúma

A quadrilha, suspeita de roubos em Cachoeiro de Itapemirim e Piúma, foi apresentada nesta tarde pela Polícia Civil Foto: ​Alissandra Mendes

A Polícia Civil de Cachoeiro de Itapemirim apresentou nesta tarde cinco integrantes de uma quadrilha suspeitas de assaltos no município e em Piúma, no Litoral Sul. Dois deles são apontados como autores do assalto à loja A Mestiça, que resultou na morte do empresário Roberto Misse Junior, ocorrido no dia 07 de julho do ano passado.

De acordo com o titular da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), Augusto Giorno, a operação foi denominada de ‘Malote’. A quadrilha é suspeita de quatro roubos na cidade.

“Chegamos até a quadrilha através de testemunhas preservadas e com algumas informações encontradas. Foi um trabalho intenso de investigação, já que uma das características deles é usar capacete nos crimes, e isso dificultou muito na elucidação”, comenta.

Na ação foram presos: Alex Nascimento Duarte, 25 anos, apontado como o chefe da quadrilha; Raphael de Souza Lucas, 22 anos, e Emanuel Campos Nery, 26 anos, apontados como executores; e Renan Roger Pereira Viana, 19 anos, ex-funcionário da loja A Mestiça, e André do Nascimento Duarte, 31 anos, ex-funcionário da fábrica de cimento Nassau, apontados como os informantes.

Eles vão responder por latrocínio, tentativa de latrocínio, assalto e crime de organização criminosa. Eles não confessaram os crimes. “Eles querem dificultar, mas já temos elementos suficientes para mantê-los presos. As investigações vão continuar e estamos tentando identificar os receptadores”, continua Giorno.

Além dos mandados de prisão expedidos pela Justiça de Cachoeiro, Emanuel também responde em Piúma pelo assassinato de Douglas Almeida Ramos, 19 anos, conhecido como ‘Bob’, ocorrido no dia 7 de fevereiro deste ano. 

Crimes

A coletiva contou com a presença de familiares e amigos do empresário Roberto Misse Junior, assassinado durante um assalto a sua loja Foto: ​Alissandra Mendes

Segundo o delegado, a quadrilha é suspeita do assalto na loja Bruninho Motos, no dia 9 de dezembro de 2014. Raphael e Emanuel são apontados como os autores desse crime. Eles chegaram ao local dizendo que precisavam consertar o pneu da moto, e em seguida anunciaram o assalto.

No dia 8 de janeiro de 2015, eles assaltaram a empresa A JM Mármores, localizada no bairro Aeroporto, e balearam o proprietário. A ação durou apenas 40 segundos. Eles fugiram levando cordão, celular, pulseira e um relógio da vítima. O celular do empresário foi encontrado com a esposa do Alex, chefe da quadrilha.

Três dias depois, eles assaltaram a fábrica de cimento Nassau. André, que é irmão de Alex, era funcionário do local e cedeu os uniformes usados pelos criminosos para entrarem no local. Eles renderam cinco vigilantes e fugiram levando as armas e os coletes. De acordo com a polícia, três armas e um colete foram recuperados.

No dia 7 de julho, com a ajuda das informações passadas pelo então funcionário da loja, Raphael e Emanuel foram até o local para roubar o dinheiro do malote, que seria usado para pagar os funcionários. No assalto, o empresário Roberto Misse Junior foi baleado e morreu.

“Depois desse crime da Mestiça, que chamou muito a atenção da sociedade, eles deram um tempo de Cachoeiro de Itapemirim. Eles tinham uma casa em Piúma e começaram a assaltar também lá”, completa o delegado.

‘Só queremos que a Justiça seja feita’

Familiares e amigos do empresário Roberto Misse Junior acompanharam a coletiva de imprensa que apresentou os suspeitos do crime. Abalada, a filha Flávia Misse disse que espera que a Justiça seja feita.

“Não desejo o mal de ninguém e nem deles. Só quero que a Justiça seja feita. Ele era nosso funcionário e meu pai o tratava muito bem e pagava o salário dele. Meu pai não merecia morrer dessa forma, então agora eles devem pagar pelo que fizeram”, afirmou.

A coletiva aconteceu no auditória da Associação Comercial e Industrial de Cachoeiro de Itapemirim (Acisci) e muitos comerciantes e empresários da região acompanharam. “Não queremos que aconteça com ninguém o que aconteceu com Bebeto e com sua família. Temos que nos unir e cobrar leis mais severas. Não podemos deixar que essas caras saiam daqui uns dias da cadeira depois de tudo que fizeram”, concluiu o comerciante José Carlos dos Santos Costa.

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