Polícia

Família acusa polícia após morte de jovens em Cariacica

Para a polícia os dois morreram durante uma troca de tiros que aconteceu no bairro Jardim Botânico, mas para os moradores foi execução dos policiais

Os dois jovens estavam dentro de um sobrado quando foram atingidos Foto: TV Vitória

Dois jovens morreram durante um tiroteio no bairro Jardim Botânico, em Cariacica, na última segunda-feira (11). De acordo com a polícia, Carlos Henrique Maximiniano da Silva, de 18 anos, foi morto com vários tiros dentro de um sobrado e o amigo dele, Denis Morais da Silva, também morreu em uma suposta ação do Grupo de Apoio Operacional (GAO) para combater o tráfico de drogas na região.

Segundo a polícia, o apartamento onde eles estavam funcionava como ponto de consumo e venda de entorpecentes, e quando os policiais chegaram foram recebidos a tiros. Mas para população tudo não passou de uma emboscada, já que os jovens estariam dormindo quando os PMs invadiram. 

“Ele não trocou tiros com a polícia. Ele estava dormindo. Os policiais já entraram batendo neles. Isso não é a primeira vez. Eles não respeitam a gente. A última palavra que eu tive com ele ontem foi quando ele falou que estava cansado e que ia dormir. Ele disse que me ligaria quando acordasse, mas ele não acordou”, contou Carla Antônia Maximiniano, mãe de Carlos Henrique. 

De acordo com testemunhas, por volta das 16 horas, duas viaturas do GAO pararam no local. Os policiais desceram ordenando que os moradores não se aproximassem. Em seguida, eles foram até o primeiro andar do sobrado e executaram os jovens. A mãe de Carlos Henrique não nega que o filho estava envolvido com o tráfico de drogas, mas questiona a ação da polícia.

“Eles não deram tempo do meu filho ir preso. Por que não o prenderam? Eu queria tanto que eles o prendessem. Mas matar? Tem meses que meu filho entrou para o tráfico. Por que não atiraram nas pernas dele e levaram preso? Mas eles foram na cabeça, arrastaram o corpo, destruíram minha casa e ainda falaram que trocaram tiros com eles e que eles estariam colocando os moradores para correr. Isso é mentira”, desabafou a mãe.

Os moradores disseram que na última sexta-feira (8) outro rapaz também teria sido executado no bairro pelo Grupo de Apoio Operacional da Polícia Militar. Daniel Cock, de 18 anos, foi morto a tiros por volta das 21 horas, próximo ao local onde os outros dois jovens morreram. Segundo a população, depois dos dois crimes houve toque de recolher na região.

Em nota, a Polícia Militar informou que os militares foram ao bairro após denúncias sobre tráfico de drogas e indivíduos armados em uma residência. Ao entrarem em um dos quartos, os militares foram recebidos a tiros e revidaram. Dentro da casa os policiais apreenderam uma pistola, carregador cheio de munições, cocaína, buchas de maconha, dinheiro, um caderno com anotações sobre comercialização de drogas, além de materiais para embalo de entorpecentes.

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