Mecânico é condenado a 15 anos de prisão por assassinato de médica em Cachoeiro
O crime foi o primeiro feminicídio registrado no município, ocorrido em maio do ano passado, e esse também foi o primeiro caso julgado e condenado no sul do estado
O mecânico Inácio Gabriel Peruche, de 46 anos, foi condenado a 15 anos de prisão pelo feminicídio da médica pediátrica Clícia Regina Gravina de Alcântara, ocorrido em 1º de maio de 2015, durante uma briga. O julgamento aconteceu na última sexta-feira (15), no Fórum Desembargador Horta de Araújo.
Inácio estava preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim, aguardando o julgamento. Agora, sua defesa, composta pelos advogados Rodrigo Rezende e Anibal Machado, irá pedir sua transferência para o Presídio de São Mateus, no norte de Estado.
O julgamento aconteceu há 15 dias do crime completar um ano. O feminicídio da médica foi o primeiro registrado em Cachoeiro de Itapemirim, e a condenação pelo crime foi a primeira do crime no sul do Espírito Santo.
Crime
A médica pediátrica foi assassinada com pancadas na cabeça por volta de 01h00 do dia 1º de maio. Vizinhos chegaram a contar para a polícia que ouviram os gritos durante a briga do casal. O crime aconteceu no interior da residência do casal, na avenida Jerônimo Ribeiro, no bairro Amarelo.
Após o crime, o marido chegou a ligar para um amigo e contou que agrediu a esposa. Esse amigo teria acionado a Polícia Militar, que precisou arrombar a porta para entrar o local. A causa da morte da médica foi por asfixia, segundo o laudo do Serviço Médico Legal (SML).
Com mandado de prisão temporária de 30 dias em aberto, Inácio se apresentou à polícia no dia 04 do mesmo mês, e contou que após o crime fugiu para Piúma e estava hospedado em um hotel. Durante o depoimento, Inácio contou que Clícia tentou agredi-lo com uma balança, mas ele conseguiu pegar o objeto e o usou para feri-la. Depois que a esposa caiu, ele a estrangulou.
Um mês depois, no dia 4 de junho, a juíza 1ª Vara Criminal de Cachoeiro de Itapemirim, decretou a prisão preventiva de Inácio, depois de ter expirado o prazo da temporária.
O inquérito policial foi concluído 10 dias após o crime e encaminhado à Justiça do município com o pedido de conversão da prisão temporária de 30 dias para a prisão preventiva, e desde então, ele aguardava o julgamento.