Família de classe média é presa acusada de mandar matar empresário em Cariacica

Uma família de classe média foi presa nesta terça-feira (03) em Vila Velha, suspeita de participar de uma tentativa de homicídio contra um empresário, em novembro do ano passado, em Cariacica. De acordo com a polícia, pai, mãe e filho foram os mandantes do atentado contra Luiz Gonzaga Sartori, de 50 anos. O motivo seria uma dívida que um dos acusados tinha com a vítima, que estaria cobrando o dinheiro.

De acordo com a polícia, um dos suspeitos era amigo da vítima. O também empresário José Lisboa, de 65 anos, foi detido e levado para o Centro de Triagem de Viana, junto com o filho, o bacharel em direito, Kadmo José Lisboa, de 27. Também foi detida a advogada Josete Fonseca Lisboa, de 57 anos, que foi encaminhada para o Presídio Feminino de Bubu, em Cariacica.

O crime aconteceu no dia 25 de novembro de 2015. A vitima é proprietária de uma autocenter, que fica na Rodovia do Contorno, na altura do bairro Valverde, em Cariacica. Luiz tinha acabado de sair da empresa, de carro, e foi rendido, ao parar em um cruzamento, por uma dupla, que estava de moto.

"Todo mundo já estava se preparando para ir embora. Quando foi por volta das 17h30, vimos um movimento na frente da loja e fomos perguntar o que tinha acontecido. Logo depois o gerente foi na nossa sala avisar que o nosso chefe tinha sido baleado", contou, na época, uma funcionária do estabelecimento.

Luiz Gonzaga foi atingido por cinco tiros. Segundo uma testemunha, ele chegou sair do carro para pedir ajuda e foi socorrido no próprio
veículo. "Um motoqueiro chegou pelo lado esquerdo e desferiu os tiros contra a vítima, que saiu do carro. Foi quando chegou um rapaz que entrou no carro da vítima e foi fazer o socorro", contou.

A polícia começou a trabalhar com três hipóteses: crime passional, tentativa de latrocínio e execução, já que a vítima costumava emprestar dinheiro. Em dezembro, Luiz Gonzaga recebeu uma mensagem no celular, que o ameaçava por mexer com mulheres. De acordo com o delegado João Paulo Pinto, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cariacica, essa mensagem foi fundamental para a polícia chegar até os suspeitos.

"A partir daí solicitamos a quebra de sigilo telefônico do número que mandou a mensagem e descobrimos que esse número foi cadastrado através de uma linha pertencente à empresa das pessoas que foram presas hoje e que, coincidentemente, deviam uma grande quantia em dinheiro para a vítima", ressaltou o delegado.

A polícia acredita que a mensagem era apenas para despistar as investigações. Segundo João Paulo Pinto, cada um da família teve uma participação no crime.

"O José Lisboa foi preso porque era a pessoa que devia esse valor em dinheiro, que já chegava a R$ 700 mil. Os telefones estavam todos cadastrados no nome da Josete Lisboa e, por isso, a gente pediu a prisão dela também. Assim que o chip é ativado, ele faz uma ligação de teste, para ver se realmente ele está ativo, e essa ligação foi para o celular do Kadmo", explicou.

Com os investigados, a polícia encontrou duas espingardas calibre 12, duas pistolas 380, um revólver 38 e muita munição. O delegado acredita que as pistolas podem ter sido usadas no crime. Elas foram encaminhadas para exames de balística.

Ainda segundo João Paulo Pinto, em depoimento José Lisboa negou o crime, mas entrou em contradição várias vezes. Um dos fatos que chamou a atenção da polícia é que ele e a vítima eram amigos.

"Até a hora em que convinha a ambos manter a amizade, eles mantiveram. Mas a partir do momento em que a vítima passou a cobrar o suposto autor, ele, em dificuldades financeiras na empresa que tem, não quis ou não podia pagar. Então a ideia deles foi tentar executar a vítima e, com isso, acabar com a dívida", frisou o delegado.