Polícia

Ex-namorado é condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato de Barbara Richardelle

Crime aconteceu em março de 2014, na Praia da Costa, em Vila Velha. Julgamento de Christian Cunha aconteceu nesta quinta-feira e durou mais de nove horas

Christian confessou que assassinou a ex-namorada Foto: TV Vitória

Christian Braule Pinto Cunha, suspeito de assassinar a ex-namorada, Barbara Richardelle, em março de 2014, foi condenado a 15 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato da jovem. A sentença do júri foi proferida pelo juiz Eneas Miranda, pouco depois das 19 horas desta quinta-feira (30).

O réu foi condenado por homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, por não ter dado chance de defesa à vítima e por ter sido cometido por meio cruel.

A sessão do tribunal do júri, que foi realizada no Fórum Desembargador Afonso Cláudio, na Prainha, em Vila Velha, teve início por volta das 9h40 e durou mais de nove horas.

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A defesa do acusado e o Ministério Público Estadual (MPES) ainda poderão recorrer da decisão. Para isso, o recurso deverá ser encaminhado para o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que analisará o documento e decidirá se haverá ou não um novo julgamento.

No entanto, o delegado Adroaldo Lopes, que presidiu, na época, o inquérito que apurou o assassinato de Barbara Richardelle, acredita que nenhum dos lados deverão recorrer da sentença. "Pode ser que [o caso] termine por aqui. Nenhum dos dois demonstrou vontade de recorrer. Conversei agora com o promotor e ele falou que provavelmente eles não vão recorrer. E a defesa também não, porque deve ter ficado satisfeita com essa pena de 15 anos", afirmou. 

O delegado ressaltou ainda que achou que o tempo de prisão determinado pela Justiça foi baixo. "Esperava que ele fosse condenado a pelo menos 22 anos. Seria uma pena justa, ao meu ver, diante daquilo que eu apurei. Mas foi técnica jurídica que o juiz utilizou.

José Guilherme de Victa achou a pena justa e disse que não vai recorrer da sentença Foto: Lucas Henrique Pisa


Adroaldo, no entanto, disse ter ficado satisfeito com o fato de Christian ter sido condenado por homicídio triplamente qualificado, que foi a autuação dada pelo delegado na época da conclusão do inquérito. "Eu tinha colocado ele no triplamente qualificado, que foi transformado em aumento de pena. Então fiquei satisfeito por isso. Só não fiquei satisfeito com o valor da pena".

Já o advogado de Christian, José Guilherme Machado de Victa, demonstrou estar satisfeito com a sentença. "Tudo sobre o crime foi explicado. O Christian confessou o que fez desde o início e não vamos recorrer da sentença. Vamos respeitar a decisão da Justiça. Eu fiz o possível, mas o Conselho de Sentença é soberano. Ele vai mensurar, verificar aquilo que ele achar que deve mensurar e a gente vai respeitar. A pena foi justa", salientou.

De Victa afirmou que, assim como ressaltou o juiz durante a pronúncia da sentença, espera que Christian tenha aprendido a lição e passe a refletir sobre seus atos futuramente. "Eu acredito que o rapaz vai rever, no futuro, os conceitos dele, como disse o juiz. Ele vai sair da cadeia e vai ser uma outra pessoa. Eu não explorei isso em minha defesa, mas desde o princípio, quando ele foi preso, o Christian vem trabalhando. Ele realmente está arrependido com tudo o que aconteceu. É lógico que arrependimento não vai trazer a Barbara de volta, mas o trabalho da gente é trazer a justiça perto do que ocorreu", frisou.

Dor

Selma disse que eperava uma pena de pelo menos 18 anos Foto: Lucas Henrique Pisa


Muito emocionada, a mãe da jovem assassinada, Selma Richardelle, disse que achou a pena pequena, mas ressaltou que, mesmo que o réu fosse condenado à pena máxima, não diminuiria a dor pela perda da filha.

"Não achei a pena justa, esperava muito mais. Ele pegou 15 anos para daqui a três ou quatro sair da cadeia. Sei que o juiz fez o que pôde, mas a pena foi longe de ser justa. Eu pensei que fossem ser pelo menos 18 anos. Mas mesmo que fossem 30, nada vai aliviar minha dor. Então eu vou continuar com a minha dor", lamentou.

Selma disse que sua luta agora será evitar que mais mulheres sejam vítimas de homicídio, como aconteceu com sua filha. "Agora é apoiar outras mães e tentar alertar para essas meninas ficarem de olho nesses homens machistas", destacou. 

Confira trechos do julgamento de Christian Cunha:

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O crime

A jovem foi morta em março de 2014 Foto: Reprodução Facebook

Em março de 2014, Bárbara Richardelle foi encontrada morta na margem da Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. O suspeito de assassinar a jovem é o ex-namorado da vítima, Christian Cunha, hoje com 21 anos.

Na época do crime, segundo a polícia, Christian teria confessado e dado detalhes sobre como matou a ex-namorada. Segundo inquérito da Polícia Civil, o rapaz relatou que Bárbara, que era vendedora, havia saído do trabalho e encontrou com ele para conversar. A jovem estaria com raiva porque Christian havia divulgado fotos sensuais dela na internet. 

Ele então teria confessado à policia que esganou Bárbara e que ela caiu no chão. Em seguida, segundo a polícia, o suspeito comprou um churrasquinho e comeu ao lado da jovem caída. Ao perceber que Bárbara havia se mexido, Christian teria pego uma cavadeira e a golpeado na cabeça.

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