Polícia

Falsificadores usam redes sociais para vender dinheiro no Estado

Bares e outros locais movimentados são os pontos mais procurados pelos criminosos para passar essas notas adiante. O grande número de clientes inviabiliza checagem

A  pena para quem falsifica dinheiro varia de três a 12 anos de prisão e multa Foto: TV Vitória

Supostos falsificadores estão utilizando perfis nas redes sociais e até em classificados para vender dinheiro falso.  Os anúncios não são camuflados, e a oferta que pode parecer absurda está ao alcance de qualquer pessoa.

Um homem que se identifica como Cassiel fez um anúncio em uma página de classificados do Espírito Santo. De acordo com a proposta, com R$ 200 verdadeiros é possível comprar R$ 1mil em notas falsas. Já R$ 300 compram R$ 1,8 mil falsificados.

Ainda de acordo com a postagem, o suposto falsificador afirma que as cédulas possuem marca d’água, inscrições em alto relevo e papel idêntico ao das notas fabricadas pela Casa da Moeda. O suposto criminoso garante no anúncio que as cédulas falsificadas passam por testes até mesmo com luz ultravioleta.

No anúncio, o suposto falsificador pede para que o comprador informe ainda o endereço para onde as notas falsas serão enviadas, e informa dados de uma conta bancária para que a pessoa que pretende comprar faça o depósito.

De acordo com a Delegacia de Defraudações e Falsificações do Espírito Santo (Defa), a oferta é um golpe. A titular da Defa, Rhaiana Bremenkamp, afirma que os interessados depositam o dinheiro para a compra, mas não recebem as cédulas falsas. Ela diz ainda que chegar até os possíveis falsificadores não é uma tarefa fácil, já que as pessoas vítimas do golpe não procuram a polícia para denunciar.

“Não há denúncias deste tipo de caso justamente porque a vítima está agindo de má fé.  A vítima fica sem graça de fazer a denúncia. De qualquer forma, trata-se de um crime de estelionato e ela é uma vítima em potencial”, disse a delegada.

De acordo com a legislação, falsificar, fabricar e alterar moeda metálica ou papel moeda é crime. A pena varia de três a 12 anos de prisão e multa. O mesmo vale para quem comprar, guardar, vender e colocar em circulação moeda falsa.

Apesar do que diz a legislação, em junho deste ano, a polícia descobriu uma fábrica de dinheiro falso no bairro Boa Sorte, em Cariacica. No local foram apreendidos R$ 13 mil em cédulas falsas. Até maio deste ano, foram apreendidas no Estado quase duas mil cédulas falsas. A maior parte delas de R$ 100.

Segundo a polícia, bares e outros locais movimentados são os pontos mais procurados pelos criminosos para passar essas notas adiante. O grande número de clientes inviabiliza o comerciante checar cada nota que recebe.

“ Os falsificadores tentam passar estas notas em locais de muito tumulto como feiras, bares, eventos noturnos, locais onde as pessoas não podem conferir porque se trata de uma falsificação relativamente grosseira.  Então, se a pessoa colocar a nota contra a luz vai perceber que ela é falsa”, afirmou a delegada.

Rhaiana Bremenkamp orienta que, em caso de suspeita ao receber uma nota, basta colocar a cédula contra a luz. Caso a vítima identifique que a nota ou a moeda é falsificada, o dinheiro deve ser levado até uma delegacia.

“Procure sempre a delegacia mesmo porque, quem estiver portando nota falsa comete crime. Então, as pessoas de boa fé devem sempre procurar a delegacia, denunciar para que a gente faça uma investigação para chegar a estes autores”, disse Rhaiana.

A Polícia Federal, por meio de nota, afirmou que atualmente há alguns inquéritos sobre produção e circulação de dinheiro falso no Estado. Mas todos ocorrem em sigilo a fim de não comprometer as investigações.

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