Polícia

Cresce o número de assassinatos de jovens negros com idade entre 18 e 29 anos na Estado

Os dados foram divulgados pelo Mapa da Violência, estudo que foi divulgado esta semana. Para o sociólogo Felipe Sellin, a estatística ultrapassa o racismo

Os dados foram divulgados pelo Mapa da Violência. Foto: TV Vitória

O número de homicídios no Estado caiu de uma maneira geral, porém, uma camada da população ainda não viu esse benefício. Pelo contrário, aumentaram os assassinatos de jovens entre 18 e 29 anos e negros.

Os dados constam no Mapa da Violência 2016 que foi divulgado esta semana. Para o sociólogo Felipe Sellin, a estatística ultrapassa o racismo.

“É mais do que racismo, porque muitas vezes inclui brancos, mas como a nossa população de pobres é majoritariamente negra, atinge muito aos jovens negros de periferia que, em busca de reconhecimento, acabam indo parar no crime de tráfico, de roubo e outras atividades”, afirmou.

Quem faz parte desta triste estatística é o jovem Lucas Leite, ele tinha 22 anos e foi assassinado no dia 11 de agosto, em Caparina, na Serra, o município onde mais se mata com arma de fogo no Estado. Para a mãe dele, uma dona de casa que preferiu não se identificar por medo da violência, a cena do corpo do filho no chão não sai de sua mente.

“Eu não durmo direito à noite, perco o sono e quando consigo dormir já está amanhecendo o dia. Um filho, um pedacinho de mim que se foi e eu nunca mais vou ver. Só fica a lembrança, é muito dolorido”.

Para o sociólogo, para a mudança desta realidade, o ideal seria que também nas classes mais pobres da população capixaba, a violência caísse. Segundo Felipe, apesar de difícil, isso é possível.

“Temos que tomar como função daqueles que têm uma inclusão cidadã a ideia de que nós temos que incluir todas as pessoas. Todo mundo tem que poder ter seus direitos garantidos, tem que poder ser tratado adequadamente como uma pessoa que vale a pena ser objeto dos direitos, das leis e tudo mais”.

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