Polícia

Donos de boate e motel usavam laranjas para realizar câmbio e lavagem de dinheiro em Vitória

A investigação do caso teve início em 2012. Além dos crimes de atividade ilegal de câmbio e lavagem de dinheiro, foi identificada falsidade ideológica e sonegação fiscal

Várias moedas foram apreendidas Foto: Divulgação/PF

Os donos de uma boate e um motel de Vitória, investigados pela Polícia Federal, são acusados de usar laranjas para realizar ilegalmente o câmbio de moeda estrangeira e lavagem de dinheiro. Durante a Operação Oásis, deflagrada na manhã desta quinta-feira (1), os policiais encontraram moedas de dólar, euro e real. 

“Um grande volume financeiro, de movimentações bancárias milionárias, incompatíveis com as declarações de Imposto de Renda, tanto de pessoa jurídica, como de pessoa física. Aprofundando as investigações, vimos que as duas empresas realizavam atividade ilegal de câmbio, ou seja, de troca de moeda estrangeira, e assim ganhando maior lucro”, explicou o delegado Vitor Moraes.

A Polícia Federal também concluiu que tripulantes dos navios que atracam no Porto de Vitória participavam do negócio ilegal. “Ele era especialmente utilizado por tripulantes de navios estrangeiros, que chegam no Porto de Vitória, mas não só para os frequentadores da casa noturna. Qualquer cidadão, seja ele estrangeiro ou capixaba, que quisesse fazer um câmbio sem o pagamento de imposto poderia comparecer ao estabelecimento e fazer essa troca de moeda”, disse o delegado.

Dólar e euro eram as moedas que movimentavam o esquema criminoso. Já que esse tipo de transação não pode ser feita em qualquer estabelecimento. “Ela só pode ser feita por instituições autorizadas pelo Banco Central. Em regra, no cotidiano, se faz isso em bancos. Além disso, temos outras instituições financeiras que faz essa atividade. Qualquer shopping do Brasil você pode achar atividades dessas”, afirmou Moraes.

O material foi encontrado durante a Operação Oásis Foto: Divulgação/PF

A investigação do caso teve início em 2012. Além dos crimes de atividade ilegal de câmbio, falsidade ideológica, sonegação fiscal, também foi identificado lavagem de dinheiro. Uma pessoa de Cachoeiro de Itapemirim foi identificada como laranja no negócio. “É uma pessoa bastante simples, de baixa escolaridade, que reside em uma área quase rural. Essa pessoa constava no contrato social como administradora da empresa, entretanto não possuía qualquer capacidade de gestão, mas na conta bancária dela havia um alto volume de transações financeiras”, relatou o delegado.

O dinheiro trocado era distribuído em várias contas bancárias em Rondônia, Rio de Janeiro, Minas e Bahia. “Existiam inúmeros depósitos em dinheiro na conta das pessoas físicas e jurídicas, que administravam essas empresas. A partir desse grande volume de dinheiro, reunido em poucas contas, ele era disseminado, pulverizado em diversas contas bancarias no Brasil inteiro”, apontou.

Os donos da boate Le Mirage e do motel Oásis são as mesmas pessoas. A produção da TV Vitória tentou contato com a boate Le Mirage, mas os responsáveis não estavam no local. Já a Polícia Federal informou que as investigações continuam em andamento. Os envolvidos estão sendo ouvidos.

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