Polícia

Tiro ao alvo: motorista é baleado em Cariacica após questionar pontaria de traficante

A vítima, um motorista de 38 anos, foi atingida por três disparos e levada por moradores para o Hospital São Lucas, onde permanece em estado grave

Segundo testemunhas, o motorista havia passado o dia todo bebendo, sentado na calçada da Rua Jacaraípe Foto: TV Vitória

Um motorista de 38 anos foi baleado por um traficante em Mata da Praia, Cariacica, na noite desta terça-feira (15). Segundo testemunhas, ele foi atingido após gritar que o criminoso, que havia acabado de trocar tiros com outros bandidos da região, não sabia atirar.

Ainda de acordo com testemunhas, a vítima estava sentada em uma calçada, na Rua Jacaraípe, onde havia passado o dia todo bebendo. Por volta das 23 horas, teve início um tiroteio no local, mas ninguém foi baleado. Por causa disso, o homem teria começado a questionar a pontaria de um dos criminosos.

O traficante foi embora, mas voltou ao local horas depois e um novo tiroteio aconteceu. A vítima questionou novamente a pontaria do bandido, mas dessa vez na frente dele. O motorista foi baleado três vezes e levado por moradores para o Hospital São Lucas, em Vitória. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a vítima segue internada na unidade de saúde e o estado de saúde dela é grave.

"Esse rapaz estava bêbado na rua e saiu gritando que os caras eram ruins de tiro e tal. Até ameaçou correr atrás dos caras, em uma atitude impensada. Ao término do jogo do Brasil, eles [os criminosos] vieram e encontraram essa mesma pessoa sentada e bebendo. Na hora que ele [o motorista] viu [o bandido], perguntou: 'cadê os caras?' e ele falou 'que caras o que rapaz, vai embora'. Daí a gente ouviu uns disparos", contou um rapaz que testemunhou o crime.

Moradores da região afirmam que o autor dos disparos faz parte da mesma gangue que, no último dia 6, baleou três pessoas na mesma rua, entre elas um rapaz que voltava da igreja. Quem mora na região conta que já sai de casa sem saber se vai conseguir voltar.

"Os indivíduos não têm hora [para cometer crimes]. Madrugada, manhã, tarde e noite são sempre horários de risco, porque isso tem acontecido com bastante frequência e implica muito na rotina local. E todo mundo sofre de certa forma: o comércio local, a mãe que vai levar o filho para a escola, as vans que passam aqui para recolher as crianças. Na outra semana foi o pessoal saindo da igreja. E vem sendo essa rotina triste para a população local", lamentou um morador.

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