Polícia

Moradores da periferia afirmam que policiamento não chegou aos bairros

Moradores e comerciantes dizem conviver com a insegurança e que apesar da força-tarefa, não vêem a presença da Força Nacional, Exército ou PM nos bairros mais violentos

Moradores e comerciantes convivem com o medo e a insegurança Foto: TV Vitória

Os moradores e comerciantes do Bairro das Laranjeiras, na região da grande Jacaraípe, na Serra, afirmam que não há a presença militar, seja da Polícia Militar, Força Nacional ou Exército. A equipe de jornalismo da Rede Vitória percorreu diversos bairros da periferia da Grande Vitória com o objetivo de constatar a presença de militares.

A força-tarefa conjunta capixaba chegou ao Estado no último dia 6, três dias após o início do movimento que paralisou a Polícia Militar. Quando começou a atuação em solo capixaba, a força tarefa contava com 80 homens, mas nesta sexta-feira (24), segundo o comando da operação, cerca de 3.400 homens do Exército, Marinha, Força Aérea e Força Nacional estão atuando nas ruas do Estado.

Apesar do quantitativo, boa parte da população continua reclamando da insegurança. É o caso de quem mora e trabalha no bairro José de Anchieta, na Serra.  Na avenida das Palmeiras, a principal via de comércio no bairro, os comerciantes afirmam que desde que chegaram ao estado, militares do Exército nunca entraram no bairro. 

Volta da PM

No último dia 11, um grupo de policiais militares voltou a fazer policiamento ostensivo nas ruas da região metropolitana. Os militares foram convocados pelo comando geral da PM para se apresentarem fora dos quartéis, uma forma de garantir que não seriam impedidos de trabalhar por conta da manifestação. 

Mas, na região da grande Terra Vermelha, em Vila Velha, a equipe de reportagem não percebeu a presença de policiamento. A situação é a mesma nos bairros Alecrim, Santa Rita e Alvorada, também em Vila Velha. 

Em Cariacica, nos bairros Bela Aurora e Vista Mar, os moradores disseram que o policiamento esteve nos locais apenas durante uma operação conjunta do Exército e a Polícia Civil no início dessa semana. 

Desde o início da paralisação da Polícia Militar até a manhã desta sexta-feira (24), foram registrados 198 homicídios, de acordo com levantamento do Sindicato dos Policiais Civis. Além disso, comerciantes ainda tentam se reerguer para voltar ao trabalho, depois de ter os estabelecimentos arrombados e saqueados. 

Diante da grave crise na segurança do Estado, nesta sexta-feira (24), o Ministério da Justiça publicou uma portaria no Diário Oficial da União prorrogando a permanência da força-tarefa conjunta no Espírito Santo por mais 20 dias, contando a partir de 15 de fevereiro.  Até esta sexta-feira (24) pelo menos 1.100 policiais responderão a inquérito policial militar por crimes de revolta ou motim.

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