Polícia

Espírito Santo já registra 28 crimes contra funcionários dos Correios em 2017

A última ocorrência aconteceu na segunda-feira (20). No ano de 2016 inteiro foram 19 ocorrências em todo o Espírito Santo

A categoria pediu apoio do ministério público do trabalho para tentar atuar mais segura Foto: TV Vitória

As peruas e motocicletas dos Correios não saíram do estacionamento do Centro de Distribuição Domiciliária de Novo Horizonte, na Serra, nesta quarta-feira (22). 

Os funcionários, de acordo com o sindicato, decidiram não fazer e entrega de encomendas, em protesto pelo crime contra dois colegas de trabalho na tarde desta segunda-feira (20).

Os carteiros e demais funcionários dos Correios também pediram apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) para atuarem com mais segurança. Roubos e arrombamentos nas agências e casos de assaltos a funcionários somam 28 ocorrências somente este ano no Estado.

Um carteiro e um motorista saíram de carro para fazerem entregas, em Serra Dourada 3. Segundo Valéria Ferreira, diretora de assuntos jurídicos do sindicato dos trabalhadores dos Correios, eles foram interceptados por dois homens armados que os renderam e passaram a procurar, no veículo,  drogas que eles receberiam pelos Correios.

“Eles entraram no carro, ameaçaram os trabalhadores, engatilharam arma na cabeça. Os trabalhadores foram ameaçados o tempo inteiro porque eles acreditam que os funcionários têm o conhecimento do que transportam, mas na verdade, eles não têm. As encomendas são lacradas e eles têm apenas o endereço”.

Valéria também disse que os suspeitos levaram, além do que o que procuravam, o uniforme dos trabalhadores e, segundo ela, representa perigo para a população.

Ocorrências frequentes

A ocorrência desta quarta-feira (22) se inclui nos 28 casos de violência contra funcionários e agências dos correios registrados no Espírito Santo entre primeiro de janeiro deste ano até esta quarta-feira. Em 2016, segundo o sindicato, foram 19 ocorrências. A Grande Vitória concentra a maioria. No último dia 24 de fevereiro, um caminhão dos Correios foi cercado por bandidos na altura do bairro Valverde, na Rodovia do Contorno, em Cariacica. Parte do que era transportado foi levada pelos criminosos.

Fischer Moreira, presidente do sindicato, ressalta que a insegurança ronda não só quem trabalha nos Correios da região metropolitana. No dia 4 de janeiro, cinco homens armados levaram cerca de R$ 100 mil em dinheiro da agência de Anchieta, no Sul do Estado, além de celulares de clientes. No dia 3 de fevereiro, dois homens, um deles armado, invadiram o posto de atendimento dos Correios, em São Roque do Canaã, Noroeste do Espírito Santo. Uma funcionária chegou a ser assaltada.

“Grande parte das agências tem sido assaltada pela mesma quadrilha que já foi identificada. Essa quadrilha parece ter dissidentes e está atuando em uma área ainda maior e os Correios não faz nada pelo trabalhador”.

A categoria pediu apoio do MPT para tentar atuar mais segura. “Para as agências pedimos, ainda, ampliação da segurança com a implantação de porta giratória que inibiria bastante os assaltos e para a questão dos veículos estamos pedindo monitoramento e a garantia de que os carros saiam sempre com um acompanhamento. Do jeito que está vamos ter que fechar as agências”, afirmou Fischer. 

A assessoria de comunicação dos Correios confirma o assalto desta segunda-feira (20). Por nota, informou também que os funcionários dessa unidade trabalharam internamente durante esta quarta-feira (22), porém, as entregas de correspondências foram efetuadas normalmente. A empresa também disse que os carteiros que paralisaram os serviços nesta quarta-feira (22) não entregaram em nenhum momento alguma reivindicação formal à empresa. 

Já o Ministério Público do Trabalho disse que recebeu a denúncia do sindicato dos trabalhadores dos correios e um procedimento administrativo foi instaurado e distribuído para o procurador oficiante nesta quarta (22). 

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