Família busca moradora da Serra desaparecida há mais de um mês
Graciele dos Santos Vieira foi vista pela última vez no dia 14 de abril. Parentes desconfiam que o marido dela tenha envolvimento no caso, já que ele também está sumido há dias
Uma auxiliar de limpeza de 32 anos, moradora da Serra, está há mais de um mês sem dar notícias à família. Graciele dos Santos Vieira foi vista pela última vez no dia 14 de abril, uma sexta-feira. Parentes suspeitam que o atual companheiro da mulher, o pedreiro Silvio Fabiano de Carvalho Vieira, de 41 anos, tenha envolvimento no desaparecimento dela, já que ele também está sumido há dias.
Graciele e Fabiano moram juntos há três anos na casa do pedreiro, localizada em Balneário Carapebus. Eles se conheceram pela internet, trocando mensagens por uma rede social, se encontraram e logo começaram a namorar.
A auxiliar de limpeza terminou um relacionamento de cinco anos para morar com o pedreiro e os dois filhos mais velhos dele, de um relacionamento anterior. Fabiano também é pai de duas crianças, que costumam visitá-lo frequentemente. Segundo vizinhos, a família levava uma vida aparentemente normal.
No entanto, Graciele não aparece em seu local de trabalho desde o dia 13 de abril. Ela trabalhava em uma academia de ginástica e saía de casa todos os dias às 5 horas. Além disso, amigos e familiares disseram que ela era muito ativa nas redes sociais e simplesmente parou de fazer publicações. Preocupados, amigos começaram a mandar mensagens para ela, mas não tiveram resposta.
A última pessoa da família com quem Graciele manteve contato foi com o sobrinho, Lucas Vieira Pereira. "Foi pelo WhatsApp. Estávamos comentando sobre um cachorro que estava lá perto de casa abandonado e, como ela gosta muito de animal, a gente entrou em contato para ver se ela queria pegar e tirar o bichinho da rua. Mas parece que não ia dar, porque o próprio marido dela não é muito chegado a cachorro. Mas foi o último assunto", contou.
Sentindo a falta de Graciele, familiares foram até a casa onde ela morava, mas não tiveram notícias sobre seu paradeiro. "Viemos até aqui com a polícia, que entrou na casa porque ouviu um barulho, mas era o gato que estava aí dentro. A casa estava normal, as coisas dela estavam todas aí, ela não levou nada. É muito estranho a pessoa fugir para outro lugar e não levar nada", ressaltou o sobrinho.
A família de Graciele procurou a polícia, registrou um boletim de ocorrência e espera por respostas. O cunhado dela, o funcionário público Claudio de Brito, disse que teve dificuldades para falar com Fabiano desde que iniciou as buscas pela parente desaparecida. Segundo ele, o último contato, por mensagens, foi no dia 7 de maio.
"Falei com ele: 'vamos ver se a gente se encontra e vamos procurar'. Ele demorou demais para responder e eu mandei outra mensagem. Ele respondeu falando que tinha passado em casa para pegar roupa e documento dela, caso ela estivesse em algum hospital, e eu falei que ia continuar o aguardando. Aí passou mais tempo ainda, eu mandei outra mensagem perguntando cadê ele e ele falou que estava almoçando e que iria tomar um banho e descer, para a gente começar a procurar. Aí peguei o carro e vim para a casa dele. Perguntamos a vizinhos e eles disseram que tinha mais de semana que não apareciam nem ele e nem a Graciele", contou.
A atitude de Fabiano levou Cláudio e Lucas a desconfiarem do pedreiro. À medida em que a família procurava por respostas, as desconfianças aumentavam.
"Uma vizinha teve coragem e perguntou para ele onde ela estava. Ele falou que ela tinha ido visitar a mãe em Pedro Canário para cuidar dela, que estava doente. Só que a mãe dela já faleceu há sete anos. Já para a polícia, ele falou que chegou em casa e ela não estava mais, que ela levou os documentos e foi embora. E para a filha, ele falou que ela [Graciele] estava sendo procurada pela Justiça, porque os documentos dela eram falsos. Só que o investigador que está no caso é o mesmo que registrou o boletim de ocorrência dele [Fabiano] e para a gente ele falou que não falou nada disso", afirmou Lucas.
Viagem a Portugal
Por fim, Fabiano também desapareceu sem deixar rastros. Segundo Lucas, a família de Fabiano também diz que não consegue mais falar com ele. A última notícia que os parentes da auxiliar de limpeza receberam foi de que o pedreiro teria ido para o Rio de Janeiro e, de lá, pretendia seguir para Portugal.
"A policia falou que, por enquanto, não dá para falar com ele. Eu estive com o delegado umas duas vezes e ele falou que não tem como fazer nada, porque não tem prova de que foi ele [o responsável pelo desaparecimento de Graciele]", disse Cláudio.
O casal tinha dois carros. Segundo vizinhos, um deles está estacionado na frente da casa da família desde antes do desaparecimento de Graciele. O outro, de acordo com parentes da mulher, Fabiano teria vendido para juntar dinheiro para a viagem a Portugal.
"Ele falava que o Brasil estava muito ruim de serviço e que havia conseguido uma oportunidade lá. Ele disse que ia lá para trabalhar. Até vendeu o outro carro que ele tinha para comprar passagem", contou um vizinho, o também pedreiro Bruno Pionte.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que a Delegacia de Pessoas Desaparecidas investiga o caso. No entanto, a PCES não deu mais informações para não atrapalhar as investigações.
Quem tiver qualquer informação que possa ajudar o trabalho da polícia deve entrar em contato com o disque-denúncia, pelo telefone 181. Não é preciso se identificar.