Crimes nos Correios: 58 agências assaltadas em seis meses no Espírito Santo
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos informou que, de janeiro a junho deste ano, 58 agências foram assaltadas e 17 carteiros foram vítimas de bandidos durante o trabalho
Nos seis primeiros meses de 2017 foram registrados 58 assaltos em agências dos Correios. No mesmo período, 17 carteiros foram vítimas de bandidos quando saíam para entregar correspondência. Os números são do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect), que formalizou uma denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) para pedir mais segurança.
De acordo com o presidente do Sintect, Fisher Moreira, os números são preocupantes e é necessária a valorização da vida do trabalhador. "Toda vida tem o mesmo valor e a mesma importância. Não dá para deixar o trabalhador sair para trabalhar sem saber se vai voltar para casa", disse.
Moreira acredita que estes números podem ser reduzidos com a instalação de porta com detector de metal e a presença de seguranças armados nas agências. Duas audiências de conciliação já foram realizadas, mas nada ainda foi resolvido. "Na primeira, os Correios nem tinham noção dos dados. Na segunda audiência, eles também não demonstraram boa vontade para resolver as questões", afirma o presidente.
Casos envolvendo os Correios são noticiados com frequência. No início do mês de junho, a agência de Campo Grande, em Cariacica, foi invadida em pleno domingo. Vizinhos ouviram o barulho e acionaram a polícia, que foi até o local, fez buscas na região, mas não encontrou nenhum suspeito.
No dia 31 de maio, o alvo foi uma agência de Coqueiral de Itaparica, em Vila Velha. Três homens entraram no local já anunciando o assalto. Eles roubaram funcionários e clientes. A polícia chegou após o crime, mas nas não localizou nenhum suspeito.
Em abril, um carro dos Correios foi rendido por dois bandidos na rodovia Norte Sul, na Serra. Os suspeitos fugiram com o veículo, mas uma equipe da Guarda Nacional, que reforçava a segurança do Estado na época, avistou os suspeitos, recuperou o veículo e prendeu os envolvidos.
O presidente do sindicato afirma que a onda de assaltos faz com que muitos profissionais abandonem o emprego. "Temos um alto índice de afastamento. O trabalhador sofre a violência e o trauma é algo que não dá para mensurar. Alguns não conseguem manter a rotina nem mesmo na própria casa", disse.
Procurados pela reportagem, os Correios informaram que registraram, nos primeiros semestre de 2017, 52 assaltos e arrombamentos e 18 delitos na distribuição e coleta. A empresa também afirma que investe constantemente em segurança e estão modernizando o sistema de monitoramento e ampliando a vigilância de suas unidades.
