Política

Graça Foster vai ao Congresso para afastar CPI

Brasília - A presidente da Petrobras, Graça Foster, participa nesta terça-feira, 15, de uma sessão conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Fiscalização e Controle do Senado a fim de tentar esvaziar a necessidade de abertura de uma CPI para investigar suspeitas que pesam sobre a estatal de petróleo. Convidada também para falar, hoje, numa comissão da Câmara, Graça Foster cancelou essa participação.

A estratégia dos governistas é protelar a abertura da investigação no Congresso. Na semana passada, os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se valeram do argumento de que é necessário aguardar uma resposta do Supremo Tribunal Federal para defender que a decisão sobre a CPI da Petrobras fosse adiada.

Assim, os governistas contam com o depoimento da presidente da estatal para esfriar o noticiário e enfraquecer a ideia de que a investigação é necessária. Do outro lado, a oposição deve repetir o que fez na semana passada, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado: esvaziar a sessão desta tarde chamada para aprovar uma CPI ampliada - que incluiria temas ingratos ao PSDB e ao PSB.

Blindagem

Enquanto os aliados do Planalto armam sua estratégia para garantir a blindagem de Graça Foster, os oposicionistas - que são minoria - tentarão questionar a presidente da estatal sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA), tida como um mau negócio. "Precisamos saber por que não houve providências desde 2012, quando a compra da refinaria foi denunciada", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

Na prática, por motivos bem diferentes, o adiamento é desejado por governo e oposição. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também defende que é preciso aguardar o parecer do Supremo sobre os dois mandados de segurança sobre ampliação da CPI, que estão nas mãos da ministra Rosa Weber. Outros líderes do governo lembram ainda que há uma medida provisória trancando a pauta - a MP das Coligadas.

O líder do PSB no Senado, Aloysio Nunes (SP), é um exemplo de que a oposição não tem pressa. "Uma decisão do plenário não tem legitimidade, assim com não teve a decisão da CCJ", diz ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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