Política

Possível candidato a senador, Luiz Paulo dispara: "O PT não é imbatível"

Tucano desde 1989, o ex-prefeito de Vitória, ex-deputado federal e atual presidente do Instituto Teotônio Vilela, Luiz Paulo Vellozo Lucas, não perde uma chance de alfinetar o Partido dos Trabalhadores (PT). Até o sinal da telefonia, que chegou a cair algumas vezes  durante a entrevista, é motivo para críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff. "A telecomunicação está em frangalhos como toda a estrutura brasileira! Os portos, aeroportos, as rodovias, as ferrovias", disparou. 

No bate-papo com a reportagem do Folha Vitória, Luiz Paulo comentou as suas perspectivas para a eleição deste ano, a relação com o ex-governador Paulo Hartung e como é trabalhar junto com o presidenciável Aécio Neves. Ele diz que é candidato a deputado federal, mas não nega a possibilidade de disputar o Senado. Ele diz que adoraria concorrer com o também ex-prefeito João Coser (PT) pela vaga.

Confira a entrevista completa: 

Folha Vitória: O senhor vai disputar eleição para deputado federal mesmo ou senador?
Luiz Paulo
: Eu sou pré candidato a deputado federal e estou muito motivado. Vai ser uma eleição de mudança e a nossa prioridade número um é mostrar para a gente mesmo e para todo mundo que o Brasil vive uma democracia, que o PT não é imbatível. Os fatos e as evidências vão falar mais alto. Estou muito motivado e esse é um momento muito importante na vida política do país. Eu tenho a maior vontade de ser candidato a senador contra o João Coser, mas não é isso que está colocado hoje. Hoje eu sou candidato a deputado. Mas posso vir a ser candidato a senador dependendo da conjuntura. 

FV: Qual conjuntura?
LP: Eu estou disponível para fazer um enfrentamento com o PT na eleição de senador. Nessa conjuntura tendo João Coser, que era ex-prefeito, e sendo eu também ex-prefeito, é uma disputa que eu me sinto preparado. Eu acho que nós não devemos deixar o projeto do PT ficar sem enfrentamento. Estamos dando esse enfrentamento na eleição federal, de governador. É essa a encruzilhada que o país vive. É o modelo do PT que está em julgamento. 

FV: E aqui no Espírito Santo?
LP: No Espírito Santo tem um candidato que é o Guerino [Balestrassi, ex-presidente do Bandes] e o eleitor não vai ficar sem opção de oposição. Temos a melhor chapa de deputado federal. Temos eu, o [César] Colnago, o Max Filho; além de uma excelente chapa de deputado estadual. Temos nomes excelentes. Nosso objetivo é fazer dois federais e três estaduais sem coligação. Como nós achamos que vai ter coligação a meta são três federais e quatro estaduais.

FV: Uma meta ousada. O senhor não acha?
LP: Não é ousada. É realista com os nomes que nós temos. Temos nomes como o deputado Marcus Mansur, nosso único deputado, o Anselmo Tozzi, o Peruchi, de João Neiva, o Sérgio Magesk, professor de geografia. Além deles, são mais 40 craques! 

FV: Falando em craque, o senhor acha que a copa vai influenciar muito ou pouco na eleição?LP: Ela vai influenciar porque ela vai influir no funcionamento do Brasil. O Brasil já não funciona bem sem os 500 mil turistas a mais que vão chegar na Copa. Com os 500 mil a possibilidade de dar problema é muito grande. Agora, a questão do desempenho da seleção é uma bobagem querer fazer co-relação. Eu torço pelo sucesso da seleção brasileira e trabalharei pela derrota do PT. Tem gente que acha que se a seleção perder ajuda a derrotar o governo, eu acho isso uma bobagem. 

FV: Como está sendo trabalhar com o Senador Aécio Neves, em Brasília?
LP: Estou muito feliz, o conheço há muitos anos, o trabalho é muito instigante, muito ativo. A gente tem que estar o tempo todo antenado para produzir as informações que ele precisa para o trabalho dele de senador e também presidente do PSDB e candidato. Ele é meu amigo de muitos anos. Conheci na campanha das Diretas Já, do avô dele [ex-presidente Tancredo Neves]. Eu era do PMDB jovem e ele era secretário particular do avô dele.  

FV: Dessa época, esse seu jeito de falar do PT e essa rixa já existiam?
LP: Existia desde os anos 70 quando o PT foi fundado. O PT não participou das eleições do Tancredo, da campanha da constituinte. O PT sempre ficou à margem da luta democrática do país. 

FV: E o PSDB poderia vir junto com o ex-governador Paulo Hartung na chapa majoritária?
LP: Isso eu não posso falar.

FV: E como é a relação com Hartung?
LP: É muito boa, é boa como é com Casagrande também. Só que o projeto deles é próximo do PT.

FV: Mas na nacional tem tido rixa entre PT e PMDB...
LP: Na Bahia mesmo ontem eles fecharam acordo com a oposição. Mas isso você tem que perguntar para eles. Nossa posição é a única que é clara aí no Espírito Santo. Nós estamos contra o PT. Adoraríamos ter ao lado Casagrande ou Hartung, mas não temos. 

FV: O que o senhor diz sobre as duas propagandas do seu partido que foram suspensas pela Justiça no Estado?
LP: Nós estamos convictos de que a justiça vai rever essa decisão porque elas [as inserções] estão completamente dentro da Lei. São posicionamentos políticos do partido e nós vamos persistir porque confiamos que a Justiça reveja essa decisão.

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