Política

Em entrevista à TV Vitória, Raphael Furtado defende calote da dívida pública

Candidato ao Senado pelo PSTU defendeu a suspensão do pagamento da dívida pública e reforçou a ideia de que não é necessário Senado e Câmara Federal

Candidato ao Senado pelo PSTU, Raphael Furtado Foto: Everton Nunes

A TV Vitória continuou nesta terça-feira (19) a série de entrevistas com os candidatos ao Senado. O entrevistado desta terça foi o professor universitário Raphael Furtado (PSTU), que defendeu a suspensão do pagamento da dívida pública e afirmou que "a vida não muda através das eleições".

Na última segunda-feira(18), o entrevistado foi o candidato Neucimar Fraga (PV) e nesta quarta-feira (20) o candidato João Coser (PT) concederá entrevista. Na quinta-feira será a vez do candidato do PSOL, André Moreira e encerrando a séria a deputada Rose de Freitas, que disputa o Senado pelo PMDB. 

Raphael Furtado, do PSTU, é natural de Vitória. O candidato militou em movimentos culturais nos anos 90, foi diretor do Diretório Central dos Estudantes. Filiado ao Partido dos Trabalhadores deixou a sigla em 1994 e ajudou a fundar o PSTU no Estado. Raphael Furtado é professor universitário. O candidato concorre pela coligação "Frente Classista e Socialista"

Confira a entrevista na íntegra, que teve duração de cinco minutos:

TV Vitória: Qual a motivação, o que fez o senhor como professor universitário querer ser candidato ao Senado?

Raphael Furtado: A gente tem propostas, o PSTU tem propostas. A nossa frente junto com o PCB tem propostas que a gente via que não seriam apresentadas, não seriam colocadas aí. Então a gente achou importante aproveitar esse espaço, aproveitar esse momento das eleições para apresentar propostas e um programa diferente do que está colocado aí.

TV Vitória: O que o senhor propõe de diferente? O PSTU tem propostas polêmicas, como a descriminalização do aborto, das drogas...São propostas que o senhor pode sofrer resistências. Como convencer o eleitor a votar no candidato?

RF: A gente está acostumado a enfrentar bastante resistências. Nos piquetes, nas lutas que fazem parte do nosso dia a dia da militância, mas fundamentalmente temos essa questão do programa, mas temos a necessidade de mudar o rumo, mudar o modelo econômico, porque a gente vem de uma situação de que a riqueza que é produzida no País não é apropriada por quem a produz. Nos quatro últimos anos do governo Dilma foram pagos R$ 2,2 trilhões de dívida pública. No começo do governo, a dívida era da ordem 2,8 trilhões. Ela pagou 2,2 (trilhões de reais). Você pensa que a dívida então é R$ 600 bilhões? Não, a dívida é R$ 4 trilhões. Se for pegar desde o governo Fernando Henrique, a dívida dele era de 300 bilhões, foram pagos em torno de R$ 12 (trilhões) e a dívida hoje está em 4 trilhões. Com isso, não dá para investir 10% do PIB na Educação, com o objetivo de melhorar a educação, 10% na saúde, não dá para garantir as necessidades da classe trabalhadora porque toda a dinâmica do Estado é pra enriquecer banqueiro, enriquecer empresário, com isenção fiscal, com evasão de divisas. Nossa principal proposta é a inversão disso aí. Ou seja, a suspensão do pagamento da dívida pública, a necessidade de realizar uma auditoria, acabar com a evasão de divisas, reestatizar as empresas que foram privatizadas e outras que não eram estatais, que são necessárias para que o Estado tenha controle disso e possa reverter isso em benefício da população.  

TV Vitória: O senhor já declarou que não há a necessidade de existir Câmara e Senado e que essa representação é antiga e não ajuda. Como convencer o eleitor a votar no senhor, que não acredita nessas representações?

RF: Bom, eu acho que o eleitor também não acredita. Ano passado, aproximadamente 2 milhões de pessoas pelo Brasil inteiro foram as ruas para dizer que não estavam satisfeitas com a situação e que era necessário mudar. Efetivamente, se for perguntar para as pessoas se elas acham que votando as vidas dela vão mudar, elas vão dizer que não. E elas estão certas. A vida não muda através das eleições, a vida vai mudar através da mobilização, da organização. No ano passado foi um ensaio que mudou muita coisa. A classe política ficou apavorada, aprovou umas coisas lá pra tentar reverter o processo. É necessária alguma coisa muito mais democrática, onde as pessoas possam exercer o seu direito, que a sua vontade seja escutada. Esse sistema que está aí está longe de ser o ideal. Então, nós não estamos dizendo “vote em mim que eu serei um bom senador”. A questão é: se votar nos candidatos da nossa frente, se votar nos candidatos do PCB e do PSTU, e se nós formos eleitos, nós vamos ser um ponto de apoio importante para as mobilizações, vamos usar esse espaço pra usar na luta.

TV Vitória: A campanha do senhor é uma campanha modesta financeiramente. Como conseguir atingir todo o eleitorado do Espírito Santo?

RF: É muito difícil. A gente enfrenta, além de não ter dinheiro porque a gente não é financiado por empresários, por motivos óbvios (...). um tempo absolutamente exíguo na televisão e no rádio. Muitas vezes alguns canais de televisão não nos dão espaço, não chamam para os debates. Hoje teve um debate aí e nós fomos os únicos que não fomos chamados. Então realmente é um bloqueio muito duro, mas nós vamos aproveitar todos os espaços possíveis, vamos gastar sola de sapato, conversar com os trabalhadores e fazer o possível.

TV Vitória: Eu gostaria que o senhor deixasse mensagem para o seu telespectador, tem 50 segundos, e pedir o voto.

RF: Eu vou fazer um pouquinho diferente, eu não vou pedir especificamente o voto. Quero dizer o seguinte: é muito importante discutir projetos, discutir propostas. Vamos votar nos candidatos? Vamos. Mas mais do que isso, vamos organizar a luta. Porque através da luta, da organização dos trabalhadores, das mobilizações, como foi feito no ano passado, e muito mais do que aquilo, com projeto mais claro, que a gente vai conseguir fazer cumprir, a satisfazer as necessidades reais. Melhorar a educação, melhorar a saúde. Isso não vai vir de graça, não vai ser dado por ninguém, só vai ser conseguido com a luta dos trabalhadores do Espírito Santo e do Brasil como um todo.

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Já está disponível para download o aplicativo gratuito Eleições 2014 Rede Vitória. Usuários de Iphone e de smartphones com sistema Android já podem baixá-lo através da App Store ou da Google Play

Após baixar o app, você receberá notificações sobre as próximas datas dos debates e sabatinas realizados pela Rede Vitória e transmitidos em tempo real no seu celular. Assim como nas redes sociais, o app incorpora a ferramenta "gostei" e "não gostei" permitindo que o eleitor curta ou não os comentários e propostas dos candidatos durante a transmissão. 

Além do aplicativo, o Folha Vitória lançou hotsite especial sobre as Eleições 2014. Os dois novos produtos jornalísticos foram desenvolvidos para o capixaba acompanhar e interagir com o conteúdo produzido em todas as plataformas da Rede Vitória – rádio, TV e jornal online – sobre as Eleições 2014. A página traz as principais notícias e pesquisas sobre o cenário eleitoral capixaba e nacional, além de todo o conteúdo especial, em áudio e vídeo, das entrevistas, sabatinas e debates realizados pelo Jornal On Line Folha Vitória, TV Vitória/Record e Rádio Vitória.

Antes de decidir o seu voto, você pode conferir ainda através do hotsite o perfil de todos os candidatos ao Governo do Espírito Santo e ao Senado. Afinal, quanto mais o eleitor conhece sobre os postulantes, menores são as chances de se decepcionar após o voto. 

Assim como em todos os demais pleitos, no dia da eleição, o eleitor capixaba também poderá acompanhar, em tempo real pelo hotsite, a apuração voto-a-voto das urnas eletrônicas. 

Calendário das sabatinas e debate na Rádio Vitória e TV Vitória

As sabatinas da Rádio Vitória/Folha Vitória com os candidatos ao Governo do Espírito Santo e ao Senado começam no dia 26 de agosto e você acompanha tudo através do hotsite e do aplicativo gratuito. Já o grande debate da TV Vitória com os candidatos ao Palácio Anchieta será no dia 26 de setembro, às 22h30. Confira as datas: 

Sabatina candidatos ao Governo do Estado
 
26/08 - Paulo Hartung - PMDB
02/09 - Camila Valadão - PSOL
09/09 - Mauro Ribeiro - PCB
16/09 - Renato Casagrande - PSB
23/09 - Roberto Carlos – PT
 
Sabatina candidatos ao Senado Federal
 
28/08 – Raphael Furtado - PSTU
04/09 – João Coser - PT
11/09 – Rose de Freitas - PMDB
18/09 – André Moreira - PSOL
25/09 – Neucimar Fraga - PV

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