Política

Em entrevista à TV Vitória, Hartung volta a atacar Casagrande

O ex-governador Paulo Hartung foi o segundo candidato do Governo do Estado entrevistado pela TV Vitória e criticou a atuação do atual governo

Paulo Hartung foi o segundo candidato ao Governo do Estado entrevistado pela TV Vitória Foto: Everton Nunes

A TV Vitória continuou nesta terça-feira (5), a série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Estado. O entrevistado desta terça foi o ex-governador Paulo Hartung, candidato pelo PMDB.

Hartung voltou a atacar a atual administração. Afirmou  que preparou o Estado para dar um salto quando governou mas que o "Espírito Santo tropeçou nas próprias pernas".

Nesta quarta-feira (6), a TV Vitória entrevista o candidato Roberto Carlos (PT), no Jornal da TV Vitória, que começa às 19h50.

Paulo César Hartung Gomes é natural de Guaçuí, nasceu em abril de 1957. É casado e pai de dois filhos. Em 1978 formou-se em economia pela Ufes, foi o primeiro presidente eleito do Diretório Central dos Estudantes e participou da reorganização da União Nacional dos Estudantes. Hartung foi deputado estadual de 1983 a 1990, ano em que foi eleito deputado federal. Já em 1993 venceu as eleições para Prefeito de Vitória. Em 1998, Hatung foi eleito Senador e em 2002 ganhou, no primeiro turno, a disputa para governador do Espírito Santo, sendo reeleito em 2006 e ficou no cargo até 2010.

Confira na íntegra a entrevista de Hartung, que durou oito minutos:

TV Vitória: O senhor foi o governador do Estado de 2003 a 2010. Caso seja eleito este ano, o que vai fazer diferente dos oito anos em que o senhor governou o Estado?

Paulo Hartung: É um novo momento. Quando cheguei ao governo em 2003 o quadro do Espírito Santo era dramático. O Estado sequer pagava seus servidores públicos, nada fazia em canto algum. Não é o quadro que estamos vivendo agora. Agora é um momento que o Espírito Santo perdeu ritmo, perdeu rumo. Nós precisamos colocá-lo de novo no ritmo certo, adequado, dentro das aspirações dos capixabas. Nós temos uma janela de oportunidades, que é a indústria do petróleo e gás, e nós precisamos aproveitar para criar bases sólidas que suporte um futuro de prosperidade compartilhada. Então, é um momento diferente, tarefas diferentes e o que me motiva muito, me dá muita energia, é esse olhar para o futuro. É um a proposta para que a gente possa trabalhar na direção de um futuro com desenvolvimento social e econômico, com desenvolvimento compartilhado.

TV Vitória: No seu programa de governo, com relação à área de saúde, o senhor fala em reconstruir a rede hospitalar própria. O que isso significa? 

PH: Eu acho que tem algumas tarefas na área de saúde no nosso País. Uma na área de saúde preventiva, uma parte que a gente cuida, fazendo exercícios, se alimentando adequadamente. Uma parte que depende de infraestrutura, por exemplo, saneamento, água tratada, coleta e tratamento de esgoto... Eu chamo essa parte de saúde preventiva. Uma outra parte da saúde curativa é a saúde básica, que o Governo do Estado precisa ajudar as prefeituras na estruturação da saúde básica, porque boa parte das questões são resolvidas nas unidades de saúde e nos Prontos Atendimentos. Uma terceira ação, que é sobre a pergunta, é no sentido de continuar um trabalho que fizemos no nosso governo, que é a estruturação de uma rede hospitalar descentralizada como está previsto no Sistema Único de Saúde. Pode ser em parte rede pública, evidentemente com outro modelo de gestão, porque o problema do desperdício na área de saúde é enorme. Pode ser com rede filantrópica. Nós reabrimos muitos leitos durante o nosso governo através de uma parceria com uma rede filantrópica. O que importa é levar a rede hospitalar com um nível de resolutividade dentro da complexidade do atendimento de saúde, em todas as regiões do Espírito Santo. Isso está dentro do pré-programa que nós apresentamos na Justiça Eleitoral e que agora nós vamos trabalhando pra que vire um programa de governo e que seja um instrumento, uma bússola, para o trabalho do futuro planejamento estratégico se tudo der certo nesta caminhada que estamos enfrentando.

TV Vitória: Por que o senhor começou a obra do Hospital São Lucas no penúltimo ano do seu governo? 

PH: Porque pegamos o Espírito Santo quebrado, pegamos o Espírito Santo devendo servidores público, devendo a União. O Estado não tinha dinheiro pra nada. Primeira coisa que tivemos que fazer foi acertar as contas. Como você motiva um policial pra trabalhar, um professor pra trabalhar, com salários atrasados? Então tivemos todo um trabalho de reestruturação. Quando a gente conseguiu colocar os salários em dia, nós fomos regularizar a contraprestação de serviços públicos. Depois, nós demos um passo, que foi trabalhar pra ampliar e melhorar a contraprestação de serviços públicos, passo a passo, com muita segurança. E deixamos, ao sair do governo, entre as 27 unidades federadas, os 26 governos e o governo do Distrito Federal, o governo mais bem organizado do País, preparado para dar um salto. Eu disse recentemente: nós preparamos o Espírito Santo para dar um salto, mas ele não deu um salto, ele tropeçou nas próprias pernas. Fruto de desajustes administrativos. Então o que nós queremos é colocar, de novo, o Espírito Santo no ritmo e no rumo. E é isso que me motiva a fazer esse debate e colocar o meu nome à disposição do povo capixaba.

TV Vitória: A Transparência Capixaba tem uma pergunta: quais as ações concretas que o senhor pretende realizar para combater a corrupção e promover a ética?

PH:  Uma, ela é básica, pagar em dia a todos, servidores, fornecedores porque na hora que você paga em dia e na rede bancária, você combate todo tipo de dificuldades que são criadas na máquina pública, para vender facilidade. Evidentemente que a outra é avançar permanentemente na transparência das ações públicas. E eu tive a honra de reestruturar a auditoria do Estado, que hoje é a Secretaria de Transparência. É uma das melhores do Brasil, que estava praticamente desativada quando eu cheguei ao governo. Não só a auditoria através do controle interno, fazendo seu trabalho, mas também abrindo para própria sociedade poder contribuir com ideia, denúncias, sugestões, com o trabalho de fiscalização. Já avançamos muito, mas podemos avançar muito mais na área de transparência. Sempre lembrando que o dinheiro que os administradores administram não pertence aos administradores, pertence aos cidadãos, que pagam os impostos.

TV Vitória: Qual será a sua política de segurança pública? O senhor vai aumentar o efetivo policial?

PH: Claro, passo a passo, dentro da capacidade financeira do Estado, como fizemos no nosso governo. A recomposição dos efetivos, tanto da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar, não começou no atual governo, nessa ficção que se divulga dia a dia, começou lá dentro do nosso governo. Eu mesmo presidi, num dia só, a formatura de mais mil policiais no Engenheiro Araripe, aqui bem perto, o estádio da antiga Desportiva Ferroviária. Então, é continuar esse trabalho passo a passo, ampliando o efetivo policial, trazendo tecnologia pra área de segurança. Nós criamos o Ciodes, criamos ferramentas novas, como o mapa do crime, que permitiram o Estado avançar. Reestruturamos o sistema prisional do Estado, tiramos os presos provisórios de dentro das delegacias de polícias, o que permitiu que a Polícia Judiciária, a Polícia Civil, voltasse a fazer o seu trabalho...

TV Vitória: Por que a dificuldade de reduzir o número de homicídios então?

PH: Eles estão reduzindo. Evidentemente que é passo a passo. Isso não tem solução milagrosa. Eu aqui valorizo muito o trabalho dos nosso policiais civis, militares, do Corpo de Bombeiros Militar, enfim... No momento que nós liberamos [os policiais], nós vimos que imediatamente começou uma queda, que é continuada nos dias atuais, mas é passo a passo. Segurança pública não tem milagre, é trabalho e muita dedicação.

 

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