Política

Em entrevista à TV Vitória, Roberto Carlos assume compromisso de criar universidade estadual

O candidato afirmou que a criação de uma universidade estadual não é uma promessa de campanha e disse que o dinheiro para criá-la virá do orçamento do Estado

Roberto Carlos foi o terceiro candidato ao Governo do Estado entrevistado pela TV Vitória Foto: Everton Nunes

A TV Vitória realizou nesta quarta-feira (6) a terceira entrevista da série com os candidatos ao Governo do Estado. O entrevistado desta quarta-feira foi o deputado estadual Roberto Carlos, candidato pelo PT.

Uma das maiores bandeiras de Roberto Carlos é a educação. O petista disse que a criação de uma universidade estadual no Espírito Santo não é uma promessa de campanha dele, mas um compromisso, caso seja eleito. Na segunda-feira (4) o entrevistado foi o candidato Mauro Ribeiro (PCB) e na quarta-feira (6) foi a vez do candidato Paulo Hartung (PMDB) conceder entrevista.

Nesta quinta-feira (7), a TV Vitória entrevista o candidato à reeleição Renato Casagrande (PSB), no Jornal da TV Vitória, que começa às 19h50.

Roberto Carlos  nasceu em janeiro de 1965 e passou a infância na região de Paul,  em Vila Velha. Atualmente é morador da Serra. Formado em Geografia pela Ufes e pós-graduado pela PUC-MG. Ele foi um dos idealizadores do Programa Universidade para Todos. É casado e pai de um menino de quatro anos. Sua primeira eleição foi em 2004, quando foi eleito vereador da Serra. Foi reeleito em 2008 e, em 2010, conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa.

Confira na íntegra a entrevista de Roberto Carlos, que durou oito minutos:

TV Vitória: O partido do senhor esteve aliado ao governo atual nos últimos quatro anos. O que o senhor poderá apresentar de diferente caso seja eleito?

Roberto Carlos: É bom lembrar à população capixaba que o PT esteve na origem da transformação do Estado do Espírito Santo, quando o Estado do Espírito Santo estava num momento muito delicado, com salário atrasado dos servidores, com fornecedores sem receber. Isso em 2003 quando Cláudio Vereza foi eleito presidente da Assembleia Legislativa. O PT contribuiu com o governo passado, assim como o PT governa hoje com o vice Givaldo Vieira e com alguns secretários. Então, nós estamos na origem dessas transformações, dos avanços que o Espírito Santo teve nos últimos 12 anos, mas nós temos nossas diferenças. Tanto temos que o candidato do PSB, que é governador, tem candidato à Presidência da República, que é o Eduardo Campos. O ex-governador também tem candidato à Presidência da República, que é o Aécio Neves, e eu tenho candidato à Presidência da República, que é a presidente Dilma. As nossas diferenças estão sobretudo aí. Nós vamos replicar no Espírito Santo as políticas públicas que são bem sucedidas e que foram implantadas no Governo Federal.

TV Vitória: O PT não conseguir vencer nas últimas eleições para prefeito de Vitória. E o partido não conseguiu vitória de Dilma Rousseff aqui em 2010. A candidatura do senhor servirá apenas como palanque para a presidente?  

RC: Não, muito pelo contrário. Serve também para palanque mas serve sobretudo pra gente voltar a disputar as eleições no Espírito Santo. A última vez que o PT apresentou uma candidatura ao Governo do Estado foi em 1994. Nós estamos há 20 anos sem apresentar uma candidatura e, é com muito orgulho que eu me apresento como candidato do Partido dos Trabalhadores, o partido que conseguiu transformar a face do País com políticas públicas voltadas principalmente para a população que mais precisa.

TV Vitória: O senhor fala em seu programa de governo em viabilizar, junto ao Governo Federal, a finalização das obras do aeroporto. Na prática, como o senhor vai resolver essa pendência da União com o Estado?

RC: Já está resolvida. Primeiro quero dizer da vontade política do presidente Lula em construir um novo aeroporto pro Espírito Santo e essa vontade política culminou com a assinatura da ordem de serviço no ano de 2005. As obras foram paradas pelo Tribunal de Contas da União e estão sete anos com essa obra parada por conta de irregularidades das empresas que estavam na construção do aeroporto. A presidente Dilma, na última passagem dela no Espírito Santo, ela anunciou, em primeira mão, a retomada das obras através do novo edital de licitação. Ou seja, teremos uma nova licitação. Ela acha mais rápido, é mais célere do que ficar esperando esse processo no TCU. E, assim que sair a empresa vencedora dessa nova licitação, nós vamos ter o recomeço das obras do aeroporto do Espírito Santo, que precisa e que o Governo Federal sabe que precisa. Tanto sabe que ele começou a construir esse aeroporto em 2005.

TV Vitória: No facebook do Jornal da TV Vitória vem um questionamento de um telespectador. É o Almir Jacobsen Reckel. Ele pergunta para o candidato qual o projeto de governo para a educação caso seja eleito?

RC: Primeiro que fiz questão de chamar uma pessoa pra ser vice-governadora com perfil na área de educação, a professora Célia Tavares, que foi secretária de Educação durante oito anos na Prefeitura de Cariacica. E eu sou professor e sou um dos militantes da luta por uma educação de qualidade. Eu criei o Projeto Universidade para Todos junto com outros amigos, em 1996, e esse Projeto Universidade para Todos conseguiu aprovar mais de cinco mil e quinhentos alunos na universidade. Então, a nossa luta é por inclusão, é por uma educação pública de qualidade. Nós vamos implantar a educação em tempo integral, vamos priorizar os investimentos na área da educação com escolas dignas, com equipamentos culturais, esportivos, para que nossos alunos possam ter atratividade em permanecer na escola, principalmente naqueles bairros periféricos. Vamos criar uma universidade estadual. O Espírito Santo é um dos poucos estados da federação que não tem uma universidade estadual. A Universidade do Norte Fluminense, em Campos, tem 30% dos seus alunos oriundos do Estado do Espírito Santo. Então, isso prova nitidamente que é chegada a hora do Espírito Santo ter a sua universidade e essa universidade vai contribuir com a formação da nossa mão de obra, vai contribuir com pesquisa para o setor produtivo e também para o nosso pessoal da área da agricultura. E vai ser uma universidade que vai ser construída através de um amplo debate. Vamos debater o modelo dessa universidade com a sociedade, mas esse é nosso compromisso, não é promessa, é o compromisso que se eleito governador nós vamos construir a Universidade Estadual do Espírito Santo.

TV Vitória: A Transparência Capixaba enviou uma pergunta: Os deputados têm sido criticados por nomear políticos para o órgão fiscalizador de maior importância para o combate à corrupção nos municípios, que é o Tribunal de Contas. Na última eleição para conselheiro o senhor, apesar de se dizer favorável à escolha técnica, votou em um colega de partido, o deputado Cláudio Vereza. Como governador, qual será seu posicionamento?

RC: Primeiro, a minha coerência e a minha honra em votar no homem público como Cláudio Vereza. Cláudio Vereza tem seis mandatos na Assembleia Legislativa. Entrou com a cabeça erguida e com as mãos limpas e está saindo da política, porque ele não é candidato à reeleição, com a cabeça erguida e com as mãos limpas. Então é orgulho de votar. É difícil encontrar um homem público no Espírito Santo com a lisura de caráter que tem o Cláudio Vereza. Segundo, tenho um compromisso já firmado com a Transparência Capixaba de fazer com quem as vagas possam ser disputadas pelos cidadãos. Mas é bom lembrar que sou membro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. A última escolha, que é prerrogativa da Assembleia Legislativa, para conselheiro do Tribunal de Contas, nós tivemos 20 pessoas inscritos. Foi o maior número para disputar a vaga de conselheiro da história da Assembleia Legislativa. Então, o nosso compromisso é com transparência e nosso compromisso é também para que a sociedade possa indicar cidadãos competentes, com ficha-limpa, para exercer o papel de conselheiro do Tribunal de Contas, que é um órgão importante de fiscalização.

TV Vitória: O senhor defende muito a criação da Universidade Estadual. Se eleito for, o senhor pretende contar com quais recursos para viabilizar essa obra?

RC: A certeza para população capixaba é que esse recurso não virá do recurso constitucional da educação. É importante dizer que não vamos fazer promessa que não caiba no orçamento. São Paulo aplica 1% do ICMS para manter a Fatec. A Fatec é a Faculdade Tecnológica do Estado de São Paulo. A Fatec forma mais de 10 mil jovens a cada semestre. São Paulo tem a Fatec, tem a Unicamp, tem a USP e tem outras faculdades estaduais. O Paraná tem sete. Da onde virá esse recurso? Virá do orçamento do Estado, mas não da verba carimbada da educação.

TV Vitória: Quanto à segurança pública, rapidamente, o senhor diz em  fortalecer a Polícia Civil e a Polícia Militar...

RC: Nós temos um equívoco na condução da política de segurança pública do Governo do Estado. Qual o equívoco?  Nós temos mais de 200 policias na Divisão de Crimes Contra a Vida e nós temos menos de 30 policias na Divisão de Tóxico e Entorpecentes. Ora, eu quero combater e evitar a morte, se eu quero combater e evitar a morte, eu tenho que fortalecer a Divisão, eu tenho que criar a Divisão de Tóxicos e Entorpecentes pra evitar aqueles homicídios que ocorrem associados ao tráfico de drogas. 

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