Política

"O que eles pensam sobre...": Candidatos têm opiniões diferentes sobre vandalismos em protestos

Os candidatos Camila Valadão, Mauro Ribeiro, Paulo Hartung, Renato Casagrande e Roberto Carlos tem opiniões distintas sobre o vandalismo em protestos

O Folha Vitória continua, nesta terça-feira (16), a série “O que eles pensam sobre...”, que apresenta a opinião dos candidatos ao Governo do Espírito Santo sobre os temas mais polêmicos discutidos durante a campanha eleitoral**. 

Na última sexta-feira (12) os candidatos responderam sobre a redução da maioridade penal. Nesta segunda, os concorrentes ao Palácio Anchieta emitiram a opinião deles sobre a união estável homoafetiva. Hoje os candidatos dizem o que acham dos atos de vandalismos registrados durante os protestos. 

O nome "vandalismo" deriva do povo vândalo, um dos povos bárbaros cujas invasões e ataques ao Império Romano .O termo "vandalismo" como sinônimo de espírito de destruição foi cunhado no final do século XVIII. Historicamente, o vandalismo foi definido pelo pintor Gustave Courbet como a destruição de monumentos que simbolizam "guerra e conquista". Por isso, muitas vezes é feito como uma expressão de desprezo, criatividade, ou ambos. A tentativa de Coubert, durante a Comuna de Paris em 1871, para desmantelar a coluna no Place Vendôme, por ser um símbolo do passado Império autoritário de Napoleão III, foi um dos eventos mais célebres de vandalismo. 

A maior manifestação já realizada no Espírito Santo, que contou com cerca de 100 mil pessoas, ocorreu em junho de 2013 .  Houve tumulto, quebra-quebra, saques, vandalismo e destruição dos prédios da Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Espírito Santo. Os manifestantes quebraram também as cabines do Pedágio da Terceira Ponte. Menos de um ano depois, em abril deste ano, o Governo do Estado suspendeu o pedágio.

Camila Valadão (PSOL): A responsabilidade da violência nos protestos é do governo que responde com polícia o que deveria ser respondido com política. Intransigência é a marca dos últimos 12 anos no ES no trato aos movimentos sociais e manifestações. Por tanto, precisamos voltar o debate para a violência policial, repressão, perseguição e criminalização de manifestantes. A criminalização dos movimentos sociais é um atentado à democracia.

Mauro Ribeiro (PCB): O maior vandalismo é condição de vida que ordem capitalista impõe aos trabalhadores.Em seguida há outro enorme vandalismo que é a existência de uma estrutura anacrônica como a Polícia Militar, resquício dos períodos mais sombrios da ditadura civil-empresarial-militar implantada em 1964. Essa corporação pratica uma série de atrocidades nas periferias todos os dias e isso não é considerado vandalismo. Nos protestos ocorridos ano passado, convencionou-se denominar vandalismo as ações contra a propriedade privada e, em raras exceções, contra o patrimônio público. Essa revolta se deve ao fato do povo não estar no poder e, não se sentir representado pelo poder instituído. Frações da população identificaram a propriedade privada e o patrimônio do Estado burguês como a materialização dos seus problemas. Nossa proposta defende a construção do Poder Popular, que é um governo verdadeiramente dos trabalhadores, onde todos participam, tomam as decisões e são beneficiado.

Paulo Hartung (PMDB)Ao longo da minha vida, desde que iniciei minha trajetória no DCE da Ufes,  sempre priorizei o diálogo, as alternativas capazes de construir a união, bem como a defesa, o respeito e o cumprimento dos princípios democráticos. Foi assim também quando assumimos o Governo e unimos os cidadãos de bem para recuperar o nosso Estado. As manifestações ocorridas no país trouxeram um pedido para melhor aplicação de políticas públicas em benefício da população a partir dos tributos recolhidos pelos contribuintes. A população não sente na prática os efeitos de programas e projetos de Governo. E a nossa agenda traz essa discussão, propõe a construção de um futuro compartilhado, pautado pelo diálogo permanente com a população e busca de um futuro melhor.

Renato Casagrande (PSB): Sempre respeitei as manifestações sociais, por entender que se trata de uma forma democrática e legítima de protesto e defesa de causas populares. Historicamente, grandes mudanças aconteceram no País graças à pressão popular. Mas não aprovo nem aceito o vandalismo. Acho que ele não contribui para o fortalecimento da democracia.

Roberto Carlos (PT):Estamos em uma democracia e nela é fundamental a participação da população levantando suas bandeiras, especialmente os jovens. Isso tem toda legitimidade dentro do Estado de Direito e é salutar à sociedade. Mas deve ser feito de forma pacífica. O vandalismo, além de só trazer prejuízos à sociedade, criminaliza o movimento e pode resultar em situações ainda mais graves, como a morte de inocentes, como o que ocorreu com o câmera em fevereiro, durante o exercício do seu trabalho.

**Cada candidato foi convidado a apresentar sua opinião em até 1.000 caracteres (cerca de 20 linhas). Ficou a critério de cada candidato usar todo o espaço disponível ou não. A produção do Folha Vitória apresenta as respostas enviadas na íntegra, sem edição. 

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