Política

Marina critica Dilma e diz que Governo do PT desdenhou do Espírito Santo

Em discurso, a ex-senadora definiu o atual cenário positivo para sua candidatura, em que aparece liderando em alguns estados, como uma “pororoca de esperança”

Marina ficou por cerca de 4 horas no Espírito Santo Foto: Divulgação

A candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB), acompanhada do vice da chapa, Beto Albuquerque (PSB), desembarcou em Vitória na tarde desta quinta-feira (18). Após o desembarque, Marina seguiu em direção a uma gravadora, onde se encontrou com o atual governador e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB), para gravar uma participação no programa eleitoral do candidato ao Palácio Anchieta.

Após o encontro, Marina Silva e Casagrande se deslocaram até o Ginásio Álvares Cabral, em Vitória, em comitiva com Fabrício Gandini, vice do atual governador, com o candidato ao Senado Neucimar Fraga, deputados federais e estaduais da coligação.

No local, a candidata reuniu um grande número de militantes e correligionários. Defendendo educação e saúde de qualidade, o municipalismo, a nova política e combate à corrupção, Marina fez um discurso baseado no compromisso de manter aquilo que o atual governo trouxe de benefícios para a população, mas prometeu corrigir as falhas existentes e investir em novos projetos.

Em discurso, a ex-senadora definiu o atual cenário positivo para sua candidatura, em que aparece liderando em alguns estados, como uma “pororoca de esperança”. Para ela, a corrupção precisa ser aniquilada. "As coisas erradas que estão acontecendo, a onda de corrupção, como aquelas da Petrobras, e de tantos outros espaços públicos que deveriam estar a serviço da população e não estão, nós vamos corrigir. Vamos encarar um novo desafio. Estamos fazendo uma política bonita, e eles (opositores) estão desesperados porque o povo brasileiro deseja mudança", afirmou.

A candidata declarou que, se eleita, pretende ajudar o Estado no combate à violência, através de uma ação integrada entre o Governo Federal e o Governo Estadual. Durante sua fala, Marina Silva ainda alfinetou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. De acordo com a socialista, o Espírito Santo foi vítima do desdenho dos petistas. “O estado do Espírito Santo tem um déficit de infraestrutura, de locomoção. Sabemos o quanto ferrovias, estradas e portos são importantes, e o Governo Federal precisa fazer a sua parte, na relação com o Estado que tem sido esquecido, como é o caso do Espírito Santo”, declarou.

Marina também criticou a atual gestão da educação no país e a ausência de creches públicas em número suficiente. De acordo com Marina, se for eleita, batalhará pela universalização da educação em tempo integral. “O governo da Dilma prometeu construir 6 mil creches, mas só fez 400. Ou seja, a cada ano, 100 creches foram construídas”, argumentou. A candidata declarou que, de acordo com o Plano de Governo, 10% da receita bruta da União e recursos do pré-sal serão destinados a educação e a saúde.

Após a polêmica vivida pela candidata, em que um jornal afirmou que Marina seria a favor da lei que tira royalties do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, a postulante ao Governo Federal afirmou que defende uma linha de governo que honre compromissos e contratos. “Nós temos um contrato em que os acordos aprovados serão mantidos. O que foi aprovado no Congresso (Nacional) agora aguarda a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e estamos aguardando que seja tomada uma posição que favoreça os estados produtores, sem prejudicar o restante do País”, disse.

Defendendo uma nova política, onde o povo participa nas decisões, a presidenciável que cita José Sarney (PMDB-AP) como um representante da “velha política”, aproveitou para responder o senador que afirmou que Marina tem “cara de santinha e vontade de ódio”. “Eu e o Eduardo Campos assumimos o compromisso com a sociedade, priorizamos o debate, e não o embate. Apresentamos plano de governo. Fizemos essa escolha porque não queremos participar da velha política que tenta fugir dos problemas com ofensas pessoais. Eu não faço parte dessa geração de políticos”, declarou.

Ao expor suas ideias, Marina se mostrou contra a atual situação econômica do Brasil, com as taxas de juros e a inflação. Marina afirmou que há reconcentração de renda no Brasil, onde, segundo ela, 10% dos ricos continuam mais ricos e 10% dos mais pobres, continuam empobrecendo.

Renato Casagrande
Com uma voz aparentemente cansada, o candidato à reeleição do Governo do Estado justificou o tom rouco dizendo ser fruto do clima eleitoral. Durante o discurso, Casagrande falou para a multidão sobre o pré-sal, royalties, educação, infraestrutra e violência. Sobre Marina, o socialista disse que os assuntos abordados já serviam como compromissos para a “futura presidente”. 

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