Política

Amaro promete balançar a Assembleia e diz que não está preso a "nenhum figurão político"

O jornalista, que foi o deputado estadual mais bem votado do Espírito Santo, disse que terá uma postura independente na Assembleia e quer fiscalizar o Poder Executivo

Amaro Neto quer balançar a Assembleia Legislativa Foto: Everton Nunes

O jornalista Amaro Neto (PPS) foi a grande surpresa dessas eleições. O apresentador foi o deputado estadual mais votado do Estado, com 55.408, mais de 6 mil votos a mais que o segundo colocado, o experiente Theodorico Ferraço (DEM), atual presidente da Assembleia Legislativa. O deputado eleito disse que chorou quando percebeu que seria o primeiro colocado e lembrou de ter criticado o governo de Hartung quando ele apresentava o Balanço Geral, na TV Vitória.

Amaro promete balançar a Assembleia também. Ele disse que quer ver a Casa mais independente e afirmou que, como não foi abraçado por ninguém, vai ter uma postura de independência no Legislativo.

Confira na íntegra a entrevista:

Folha Vitória: Como recebeu a notícia que você tinha sido o deputado eleito mais bem votado?

Amaro Neto: Nem caiu a ficha ainda! Eu estava em casa com minha esposa e filho e vi que, em princípio, a minha votação estava pequena. Aí vi que foi subindo, subindo e quando vi que estava em primeiro eu comecei a chorar em casa. Foi muita luta e trabalho. Fui para o TRE em seguida. Foi uma campanha com poucas pessoas, mas que ajudaram muito

FV: Você ficou surpreso por ser o mais votado, mas esperava ganhar?
AN: Eu acreditava que poderia chegar, que poderia vencer. Quando vi que estava com 18 mil votos eu vi que daria e chorei. Agora vou pensar no programa de TV.

FV: Vai acumular a televisão com o trabalho na Assembleia?
AN: Sim, vou fazer os dois em conjunto. Vamos continuar com trabalho que construímos, fazendo um programa de TV propositivo.

FV: Acredita que o programa pode ajudar no seu mandato?
AN: Claro que vai ajudar! A realidade do Espírito Santo é contada pela TV Vitória. Vamos acompanhar os veículos de comunicação. Quero ser o deputado não só da Grande Vitória.Quero uma Assembléia que seja mais do povo e de menos individualidades. Eu não devo nada a ninguém. Alguns amigos me ajudaram, poucos, algumas pessoas que eu trouxe de Minas Gerais. Eu não estou preso a nenhum figurão da política do Espírito Santo.

FV: Você estava bem na TV, em Minas Gerais. Concorrer à Assembléia que te motivou a voltar ao Estado?
AN: Não, eu voltei por um chamado de Deus. Ele falou comigo e tinha propostas. Eu poderia ter ido para o Rio de Janeiro, tinha proposta na TV, mas resolvi voltar ao Estado. Eu seria mais um no Rio, mais um em Minas Gerais. No Espírito Santo eu vou poder ajudar e a participar disso, em conversa com amigos, decidi me candidatar. O Jefinho, repórter que trabalhava comigo na Band (em MG)  me ajudou muito, ele foi o grande cérebro da campanha.

FV: Mas me explica melhor como foi esse chamado de Deus. Foi na igreja? Foi em conversa com algum religioso?
AN: Acredito muito em Deus, foi a mão de Deus. Quando fui para Minas Gerais eu estava num momento complicado. Achei que já tinha feito de tudo no Balanço (Geral). Aceitei ir para Minas Gerais e agora voltei ao Espírito Santo.

FV: Sua principal bandeira na Assembléia vai ser a Segurança Pública?
AN: Não digo que será a principal bandeira. Quero cobrar e fiscalizar (o Executivo). Claro que faremos projetos para a Segurança Pública. A Assembleia precisa ser mais forte para o Estado. Vamos ter novos representantes, que são novos na política como eu. Vamos sentar e conversar para ter uma Assembleia mais forte. Vou ser independente como eu era na TV, independente se eu vou sofrer retaliações. Paulo Hartung foi eleito, vou ser parceiro quando tiver de ser, mas vou cobrar quando precisar. Ninguém me financiou, então posso cobrar.

FV: Ninguém te financiou política e economicamente? É isso?
AN: Ninguém financiou política e economicamente. Tive ajuda de alguns, como (Fabrício) Gandini , (Renato) Casagrande, Manato, Juninho, Luciano Rezende, Waguinho Ito, mas não tive financiamento de empresas e de grupos políticos. Não fui abraçado por ninguém.

FV: E como vai ser relação com Paulo Hartung?
AN: Foi o que falei. Quando eu estava na TV, ele avançou mas deixou a desejar na Segurança Pública. E eu na TV era o único a fazer críticas a ele.

FV: Você pretende a presidência da Assembléia, Mesa Diretora, presidência de alguma comissão?
AN: É muito prematuro. Eu tive uma votação expressiva e já me perguntaram se eu pleiteava ser prefeito. Eu disse que era muito prematuro.  Sou deputado eleito  e no momento penso em como será minha volta à TV e vou comemorar.

FV: Preparou alguma festa?
AN; Sempre fui pés no chão. Não sabia que ia ganhar, não sabia que ia ser o primeiro. Não planejei nada, mas vamos comemorar.

Amaro Neto comemora o primeiro lugar nas urnas junto com apoiadores Foto: Everton Nunes
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