Política

Eleitores burlam a lei, fazem “selfies” nas urnas e TSE diz que vai avaliar

Dentro da cabine de votação, de acordo com o TSE, é proibido qualquer tipo de aparelho eletrônico que possa comprometer o sigilo do voto dos eleitores

Eleitores fizeram fotos da urna eletrônica Foto: Reprodução Facebook

Mesmo sendo proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a utilização de celulares nas cabines de votação, eleitores burlaram a lei e fizeram fotos da urna eletrônica. As “selfies” foram parar nas redes sociais e viraram sensação.

Confira todas as fotos. Clique aqui!

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quem desrespeitar a norma do sigilo do voto está sujeito a pena de até dois anos de detenção. Muitos postaram, em seus perfis nas redes sociais, imagens das urnas eletrônicas que mostravam os números que digitaram, as fotos dos candidatos e a tecla verde de Confirma. Selfies mostrando a conclusão da votação, com a urna e a palavra Fim ao fundo, também foram feitos pelos internautas. No Instagram, até um pequeno vídeo foi postado, mostrando desde o momento em que o número do candidato a presidente foi pressionado até a confirmação do voto.

De acordo com o TSE, os mesários e o presidente da mesa devem orientar o eleitor a deixar os equipamentos eletrônicos antes de se dirigirem à cabine. Eleitores ouvidos pela Agência Brasil, no entanto, relataram que não receberam orientação nenhuma sobre a conduta que deveriam adotar quanto a celulares e smartphones.

Até uma página foi criada para monitorar e ironizar as pessoas que tiraram fotos de dentro das cabines. Com as hastags #selfienaurna, #eleicoes, #urna, e até a grafia errada #selfnaurna, alguns receberam conselhos de amigos depois dos selfies, informando que a conduta poderia ser considerada crime, e acabaram deletando as postagens.

A anulação proposital de votos, por meio da digitação de números que não correspondem a nenhum candidato, também foi registrada na rede. Atenta às infrações, a Polícia Federal (PF) também atua nas redes sociais para impedir que os eleitores divulguem imagens das urnas. A Operação Selfie na Urna foi postada no perfil da PF no Instagram, com o seguinte aviso: “Publicar foto da urna é crime. Nos ajude nessa operação e nos marque se alguém tiver cometendo o delito. Lei 9.054, pena de dois anos e multa”.

Alguns eleitores, entretanto, registraram o momento da votação apenas em forma de texto ou com selfies que não identificavam o local nem a urna. Com a hastag #javotei, usuários do Twitter e do Facebook postaram depoimentos dizendo terem cumprido o “dever de cidadão” e incentivando os demais com frases como “fiz a minha parte”. Muitos também divulgaram, fora das cabines, suas preferências políticas, postando o nome e o número de seus candidatos.

Em relação aos registros de fotos de eleitores no momento da votação, o presidente do TSE, Dias Toffoli, disse que o que mais preocupa “não é a vaidade dos cidadãos”, mas sim a situação em que a pessoa é coagida para votar em algum candidato, usando deste artifício para comprovar o voto, o que muitas vezes pode ocorrer em troca de algum benefício. “Selfie é muito mais a vaidade humana do que qualquer outra coisa. Mas vamos avaliar e ver maneiras de se fazer um melhor controle”.

Com informações da Agência Brasil.

Pontos moeda